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Termômetro do setor: outras usinas


Edição de Out / Nov de 2010 - 15 out 2010 - 13:57 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:46


Caramuru Ipameri

A Caramuru, uma das principais processadoras de grãos de capital nacional do país, produz biodiesel desde 2007 na usina instalada em São Simão (GO). Este ano, finalizou a construção de sua segunda unidade de biodiesel, com capacidade para processar 225 milhões de litros por ano na cidade de Ipameri (GO). A inauguração oficial foi no início de setembro, mas ela vinha operando desde maio e conseguiu vender sua produção no 18º e 19º leilões da ANP.

O novo empreendimento está gerando mais de 150 empregos diretos e mil indiretos. Foram investidos R$ 54 milhões, 90% financiado pelo BNDES. Ao contrário da unidade de São Simão, a unidade de Ipameri não tem esmagadora e, segundo o vice-presidente da Caramuru, César Borges de Souza, por enquanto não há planos para integrar os dois processos. A usina de Ipameri vai utilizar o óleo degomado produzido na unidade que a empresa tem em Itumbiara e também comprar óleo do mercado.

O desenvolvimento de culturas alternativas, como crambe e pinhão-manso, também faz parte dos investimentos da Caramuru. Souza acredita que as culturas poderão ser, no médio prazo, fontes de renda para a agricultura familiar e fonte de matérias-primas não-comestíveis para produção de biodiesel. “As oleaginosas alternativas estão num estágio embrionário. Não acredito em solução no curto prazo. Mas em cinco anos poderemos ter uma oferta consistente”, diz o vice-presidente.


Agrenco


A Agrenco vive atualmente um momento delicado. Atravessando um processo de recuperação judicial lento e burocrático, o início das operações do complexo industrial de Alto Araguaia (MT) tem sido adiado sucessivas vezes. Inaugurada em março de 2008, a usina chegou a operar durante 90 dias. Nesse período foram testados os equipamentos, produzindo farelo de soja para exportação, óleos vegetais e pouco mais de 2 milhões de litros de biodiesel.

O projeto conta com elevado nível de verticalização. A unidade de processamento de biodiesel tem capacidade para produzir 235 milhões de litros/ano. A esmagadora pode processar até 3 mil toneladas de soja por dia, e há também uma unidade de co-geração de energia elétrica a partir da biomassa.

O complexo industrial está praticamente pronto. Resta concluir o pátio de classificação e recebimento de soja, as instalações de infra-estrutura de TI e comunicações, o escritório administrativo, o refeitório e o término da pavimentação. A empresa pôde retomar as obras finais em julho, quando parte dos recursos obtidos com a venda de ativos foi liberada pela Justiça.

Há pouco tempo, praticamente todo o comando administrativo da Agrenco Limited foi alterado. Sob a orientação de Antônio Iafelice (maior acionista da Agrenco Holding, que controla a Limited), foram nomeados novos membros para o conselho de administração com o objetivo de acelerar o Plano de Recuperação Judicial e priorizar a retomada das operações. Hoje a companhia tem US$ 7,2 milhões dos US$ 20 milhões de capital de giro necessários para rodar a fábrica. Além disso, a empresa precisa do registro especial da Receita Federal para poder operar.

Em comunicado ao mercado, a empresa informou que está estruturando operação de crédito lastreada em recebíveis de entregas futuras de energia elétrica em Alto Araguaia. O recurso poderá não só resolver a falta de capital de giro dessa unidade, como também custear o fim das obras do outro complexo industrial, localizado em Caarapó (MS), e seu respectivo capital de giro.


Delta Biocombustíveis

A Delta Energia afirma ser uma das maiores empresas independentes de comércio de energia elétrica do país. Há dois anos vem atuando no mercado de biocombustíveis como trader exportadora de etanol. Em janeiro deste ano, diante do governador e de políticos do Mato Grosso do Sul, a empresa anunciou sua entrada no mercado de biodiesel, informando investimentos de R$ 25 milhões na construção de uma usina em Rio Brilhante (MS), com capacidade para 108 milhões de litros/ano. No dia 17 de junho, a empresa recebeu autorização da ANP para construção da unidade, e em julho obteve do governo de Mato Grosso do Sul a licença ambiental para operação. A direção da empresa informou por meio de sua assessoria de imprensa que prefere não dar mais detalhes do negócio. O diretor de operações da Delta, Ricardo Alonso, foi diretor industrial da Brasil Ecodiesel entre 2004 e 2009.