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Biodiesel estimula... a soja


Edição de Out / Nov de 2010 - 15 out 2010 - 15:25 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:34
Cinthia Gomes e Núria Saldanha, de São Paulo

O Brasil tem uma imensa diversidade de biomas e, conseqüentemente, uma grande variedade de oleaginosas que podem servir de base para a produção de óleo. Macaúba, crambe, girassol, mamona, canola, dendê e pinhão-manso são apenas algumas alternativas, mas o domínio absoluto continua sendo da soja. De todo o mercado agrícola brasileiro, foi a cadeia da soja que mais se beneficiou do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB).

O impacto do biodiesel no faturamento de tradicionais empresas da soja, como Granol, Caramuru e ADM, foi grande. Não é coincidência que justamente essas empresas encabeçam a lista das que mais investem no mercado de biodiesel. Analistas acreditam que o domínio das esmagadoras tende a aumentar com o rumo que o PNPB está tomando, já que as regras não estimulam outras culturas.

O coordenador de Promoção da Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tiago Giuliani, resume bem a escolha pela soja: “A decisão de qual oleaginosa vai ser utilizada para fazer biodiesel é mercadológica”.

Do modo como o PNPB está formado hoje, oleaginosas como a canola e o pinhão-manso, que iniciaram o seu desenvolvimento no Brasil há poucos anos, competem praticamente de igual para igual com a soja e suas décadas de cadeia estruturada. Essa disparidade cria uma perspectiva futura favorável para a soja, mas isso não significa que empresários e até mesmo o governo tenham desistido. A função do Mapa “é ofertar os diversos óleos, estruturar a cadeia produtiva, desenvolver pesquisas e auxiliar para que o produtor tenha a tecnologia”, explica Giuliani.

Cada uma das oleaginosas com potencial para ser fonte de energia se apresenta num estágio diferente de desenvolvimento, e estas plantas teriam muito mais possibilidades de crescer se o estímulo involuntário do PNPB à soja fosse estendido a elas. No panorama a seguir, apresentamos detalhes sobre as iniciativas que estão sendo desenvolvidas com plantas promissoras e sobre a expansão do cultivo de algumas delas.