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Editorial: transbordando glicerina


BiodieselBR.com - 05 jun 2010 - 09:40 - Última atualização em: 19 dez 2011 - 17:05
Editorial

O volume de glicerina produzido no Brasil cresce rapidamente, puxado pelo desenvolvimento do biodiesel, e o acúmulo desse co-produto nas indústrias tem como razão principal a falta de alternativas viáveis de utilização. O setor já vislumbrou há muito tempo o cenário que estamos vivendo agora e que se agrava a cada dia.

O acúmulo da substância é o estímulo que, desde a criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), move a pesquisa nacional. Mas esta ainda não chegou a resultados práticos efetivos. Em parte, a situação pode ser explicada pelo desinteresse das usinas em financiar essas pesquisas, uma vez que a renda com a glicerina é quase insignificante.

A indústria de biodiesel subestima a glicerina também pela falta de perspectivas financeiras no longo prazo em relação ao seu core business. A grande maioria das pesquisas mais promissoras com o co-produto têm um ponto em comum: a glicerina precisa de escala para ser viável e de preço baixo para ser rentável. Como o sistema de leilões de biodiesel tem permitido até o momento uma rentabilidade acima do normal no comércio de combustíveis, o mercado de glicerina fica posicionado apenas como uma distante possibilidade para as usinas.

No curto prazo, mudanças nesse quadro não devem acontecer, mas a expectativa é que no médio e longo prazo alternativas possam não apenas consumir toda a oferta, mas estimular este mercado.

Por outro lado, a expansão produtiva gera muitos benefícios em diversos segmentos além da pesquisa, como é o caso do setor de aditivos para biodiesel, especialmente catalisadores. Usados para promover uma reação de transesterificação melhor, eles ajudam no desempenho e produzem um biocombustível de maior qualidade. Entenda mais sobre esta importante etapa do processo produtivo na reportagem da página 44.

Julio Cesar Vedana

Diretor de Redação