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Pinhão-manso: Inovação e mais pesquisas


BiodieselBR.com - 18 nov 2007 - 14:32 - Última atualização em: 20 jan 2012 - 11:22
Inovação
Novas soluções para velhos e conhecidos problemas estão surgindo no horizonte dos produtores de pinhão-manso. Diversas empresas estão investindo no desenvolvimento de colhedoras mecanizadas e até costais para facilitar a colheita e diminuir o alto custo com a colheita manual. A colhedora costal está sendo desenvolvida para atender a atual demanda dos produtores com as variedades que em determinadas épocas do ano possuem frutos maduros, verdes, em formação e floradas ao mesmo tempo. As máquinas maiores que efetuam esse trabalho nas plantas com essas características até colhem os frutos maduros, mas danificam os frutos verdes ou em formação, além de prejudicarem as flores em desenvolvimento.

Na elaboração de subprodutos, a inovação fica por conta do Bio FT, um bioinseticida feito a partir do próprio óleo da jatropha. Segundo Ricardo Viégas, do IFT, a emulsão é conseguida a partir de um processo extremamente simples e já é usada com eficácia há dois anos no controle de pragas do pinhão-manso – como ácaros, tripes, cigarrinha e besouros – e de outras plantas. “Já estamos fazendo testes para uso como carrapaticida e o Bio FT também tem se mostrado eficiente”.

Mais pesquisas
Já implantado e em fase de caracterização, o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) conta com 200 acessos (procedências de planta) e integra o projeto Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Pinhão-Manso para Produção de Biodiesel, de responsabilidade da Embrapa Agroenergia e com a participação de 11 centros de pesquisa, cinco universidades federais e da Epamig. O orçamento do projeto é de R$ 7 milhões, fornecidos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e com prazo de execução até 2011. “É um projeto bastante completo, constituído a partir de demandas de pesquisa levantadas em workshops junto ao setor público-privado, que vem dar respostas a diversas áreas da cadeia produtiva e, ao final, contribuir para que o pinhão-manso seja incluído no Programa Brasileiro de Produção e Uso de Biodiesel”, avalia Bruno Laviola.

Além do BAG, a Embrapa também deve começar a conduzir, a partir de 2010, outro projeto, já aprovado pela União Européia e com orçamento de 260 mil euros, que envolve melhoramento genético de pinhão-manso, numa integração com instituições internacionais.

Na esteira das parcerias internacionais de pesquisas sobre o pinhão- manso, o IFT firmou acordo com a Universidade de Zamorano, em Honduras, e com o instituto francês Eco-Carbone para plantios experimentais da jatropha naquele país, projeto financiado pela multinacional Syngenta. Para Ricardo Viégas, o Brasil está bem posicionado em relação aos demais países na produção de conhecimento sobre o pinhão-manso. “O resto do mundo está preocupado com pesquisa básica. Aqui no Brasil, a Embrapa já tem um protocolo de adubação, e o IFT também. Nessas questões de campo, estamos evoluindo bem”.

Opinião semelhante tem o coordenador-geral de Agroenergia da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Denílson Ferreira. “O Brasil já investiu um volume significativo de recursos em pesquisa para o pinhão-manso. Tenho alguns cálculos que indicam um valor próximo de R$ 30 milhões, mas é difícil precisar porque há muitas iniciativas isoladas. Desconheço que outro país tenha investido tanto em pesquisas para essa espécie”.

No dia 4 de outubro de 2009 foi feito o primeiro esmagamento comercial do pinhão-manso na usina da Fusermann, em Barbacena (MG), um marco importante para a cultura da oleaginosa e para a produção de biodiesel. E para novembro está prevista a realização do I Congresso Brasileiro de Pesquisa em Pinhão-Manso, nos dias 11e 12, em Brasília, com organização do Mapa, da Embrapa Agroenergia e da ABPPM. “Estamos organizando o congresso no sentido de capturar as iniciativas espalhadas pelo Brasil, para conhecer avanços e sobreposições. Será um congresso científico, para documentar o que está sendo feito em cada instituto de pesquisa, em cada universidade, e se ter um termômetro de quanto os estudos avançaram e quais são as perspectivas”, define Denílson Ferreira.