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Notas sobre biodiesel


BiodieselBR.com - 25 ago 2007 - 13:21 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:09


Do outro lado da mesa

O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e um dos coordenadores do programa de biodiesel, está agora no outro lado da mesa. No papel de produtor de biodiesel, está sentindo na pele as deficiências do Selo Combustível Social. Em entrevista ao portal BiodieselBR.com, ele disse que a recente reforma na certificação social não foi suficiente. “Nós temos que adequar [a normativa], sugerindo inclusive várias mudanças”, disse. Ele também defende o fim dos leilões de compra do biodiesel na modalidade FOB. “Temos que refletir sobre a possibilidade de migrarmos para um leilão CIF nacional”, sugere. Com isso o frete passaria a ser pago pelo produtor e não mais pelo distribuidor, o que beneficiaria mais as usinas localizadas perto das regiões de consumo.


B100 em Curitiba


Curitiba será a primeira metrópole brasileira a utilizar 100% de biodiesel no transporte coletivo. A cidade, conhecida como capital ecológica e pelo sistema de transporte público modelo, vai colocar seis ônibus em circulação na Linha Verde durante fase de testes. O biodiesel será fornecido pela usina BSBios, de Passo Fundo (RS), e transportado pela distribuidora RDP Petróleo. A previsão de consumo mensal é de 20 mil litros. Ambas as empresas estão subsidiando o projeto piloto, coordenado pela Urbs, autarquia que administra o transporte público da cidade. Em 18 meses de testes de campo, as fabricantes Volvo e Scania e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vão analisar o desempenho dos motores, a qualidade do combustível e o nível de emissões.


Gargalo é técnico-científico

Uma audiência pública realizada em junho na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado discutiu a falta de domínio tecnológico do Brasil na produção de biodiesel a partir do pinhão-manso. Hoje o país tem tecnologia consolidada para seis espécies aptas para a produção do biocombustível, entre elas a soja e o dendê. Já com o pinhão-manso, que tem grande potencial energético por hectare, os resultados são para o médio prazo. Segundo Frederico Durães, chefe da Embrapa Agroenergia, vai levar pelo menos sete anos de estudos para a obtenção do registro nacional de cultivo. O governo alega que não pode apoiar o plantio antes dos resultados das pesquisas e, na outra ponta, a Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso (ABPPM) lamenta o atraso das pesquisas no Brasil – altamente dependentes de recursos federais.