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‘Vamos ter surpresas’, diz Prates sobre rede de postos da Petrobras


Valor Econômico - 04 out 2023 - 08:56

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse na terça-feira (03) que “vamos ter surpresas”, ao ser questionado sobre um eventual retorno da companhia para o segmento da distribuição de combustíveis. Prates falava com jornalistas após participar de cerimônia comemorativa dos 70 anos de fundação da petroleira. Perguntado se pretende recomprar a Vibra (ex-BR Distribuidora) ou voltar para o mercado de distribuição de combustíveis, o executivo não quis revelar os planos, mas ressaltou que a empresa precisa estar mais próxima “deste ou do novo consumidor”, seja por meio de combustíveis, biocombustíveis, energia renovável ou por outros caminhos.

Prates disse que a marca BR é “extremamente valiosa” em todos os mercados onde atua e que, diante da dimensão desse valor, a Petrobras vai buscar maior retorno sobre ela. Sem sinalizar que pretenda recomprar a ex-BR, cuja privatização foi concluída em 2021, Prates afirmou que essa não é uma operação simples. Não é, segundo ele, como apertar uma tecla no computador e voltar ao que era antes.

“O que eu posso dizer é que a Petrobras precisa voltar, não necessariamente para a distribuição em si, mas para ficar próximo do consumidor final. Talvez dar algum retrocesso em alguma coisa, mas precisamos avançar para coisas novas, com conceitos novos, ir para segmentos novos”, afirmou. Ele contou que a empresa está reavaliando todo o contrato de cessão da marca para a Vibra, pois o acordo “tem coisas que não compreendemos”.

A privatização da BR Distribuidora se deu por meio de lançamento de ações no mercado financeiro, transformando o ex-braço de distribuição de combustíveis em uma “corporation”. A venda da BR Distribuidora, depois rebatizada para Vibra Energia, envolveu um acordo de cessão de uso da marca por um prazo de dez anos.

Prates disse também que o navio-sonda que vai fazer a perfuração de um poço na Bacia Potiguar, na Margem Equatorial, deve chegar ao Rio Grande do Norte até novembro. O navio, que se encontra na Bacia de Campos (RJ), vai passar por um processo de limpeza do casco para remoção de impurezas, especialmente resíduos de coral-sol, uma exigência no processo de licenciamento ambiental.

Segundo ele, o serviço deve ser realizado entre duas e três semanas e, após a conclusão dos trabalhos, o navio seguirá para o Rio Grande do Norte. A perfuração do poço deve durar pelo menos quatro meses. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu na segunda-feira (2) a licença ambiental para a perfuração de dois poços, denominados Pitu e Anhangá, após a Petrobras pedir prioridade, enquanto espera o desfecho para a licença de perfuração de outro poço, na Bacia da Foz do Rio Amazonas.

Representando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no evento, o secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do MME e presidente do conselho de administração da companhia, Pietro Mendes, disse que a emissão da licença para perfuração do poço da Bacia Potiguar é motivo para a empresa comemorar, pois é necessário conhecer as reservas da Margem Equatorial.

Aos jornalistas, Prates também afirmou que a Petrobras analisa pelo menos a aplicação de um reajuste em preços de combustíveis ainda este ano. A empresa avalia se é necessário reajustar os preços nas refinarias e como será o comportamento da cotação do petróleo.

Na cerimônia de 70 anos da Petrobras, Prates disse que a empresa enxerga o desafio de redução de emissões de gases de efeito estufa como uma oportunidade de ser pioneira em novas tecnologias, na direção da descarbonização. Em vídeo enviado ao evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a Petrobras tem que participar “muito mais” da transição energética, com projetos de inovação para energias não poluentes, da mesma forma de que se especializou na exploração de petróleo em grandes profundidades.

Fábio Couto – Valor Econômico