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Grupo Telles prepara entrada no mercado de biodiesel


BiodieselBR.com - 11 out 2019 - 13:47

É relativamente fácil menosprezar os impactos que a decisão da Agropaulo de entrar no mercado de biodiesel pode vir a gerar. Afinal, a usina que a empresa está instalando em Jaguaruana – município cearense qualquer fica a cerca de 190 de Fortaleza – poderá fabricar apenas 18 milhões de litros por ano. Capacidade que a coloca na apagada 47ª posição do ranking de fabricantes.

{viewonly=registered,special}É relativamente fácil menosprezar os impactos que a decisão da Agropaulo de entrar no mercado de biodiesel pode vir a gerar. Afinal, a usina que a empresa está instalando em Jaguaruana – município cearense qualquer fica a cerca de 190 de Fortaleza – poderá fabricar apenas 18 milhões de litros por ano. Capacidade que a coloca na apagada 47ª posição do ranking de fabricantes.

Acontece que por trás desse modesto investimento está o Grupo Telles; um dos maiores e mais tradicionais – sua fundação remonta a 1846 – grupos empresariais do Nordeste. A Agropaulo é o braço agroindustrial do grupo que também atua nos segmentos de embalagens, água mineral, turismo, distribuição de combustíveis e medicamentos.

Segundo o presidente do Grupo Telles, Paulo Telles Neto, contou à BiodieselBR.com a ideia de entrar no ramo surgiu da percepção de a produção de biodiesel teria sinergia com outras frentes de negócios da Agropaulo. “Estamos sempre à procura de sinergias, segmentos onde temos oportunidade para verticalizar ou horizontalizar nossas atividades”, explica. O grupo já plantava soja e processava parte dos grãos para produzir rações para suas atividades agropecuárias. “A gente aproveitava o farelo e vendíamos o óleo”, pontua.

Sondagem

Fabricar biodiesel seria, portanto, uma forma de acrescentar uma nova etapa de agregação de valor em matérias-primas que já estavam na casa. Ao menos nesse começo, o plano é aproveitar o óleo e a gordura bovina gerada internamente.

Mas, também, sondar as redondezas para decidir sobre a viabilidade de novos investimentos. “Esse projeto é pequeno porque queremos primeiro conhecer o mercado de biodiesel. Queremos entender como funcionam os leilões e a atividade antes de dar um passo mais largo. O negócio se mostrando interessante, a gente pode pensar em avançar”, explica o executivo.

O timing, segundo Paulo, é favorável. “Estamos acreditando muito no potencial desse mercado não só em função do avanço da mistura obrigatória para 15%”. Além disso, a usina de Jaguaruana está posicionada para atender um mercado que hoje se encontra órfão de fornecedores locais. Desde o fechamento da usina da Petrobras Biocombustível em Quixadá em outubro de 2016, o Ceará não conta com nenhuma usina ativa; problema enfrentado também pelos vizinhos Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

O concorrente mais próximo da Agropaulo seria a recém-reativada usina da Unibras em Floriano (PI) a mais de 780 km de distância de Jaguaruana. “Nossa região está desassistida. Como vamos ser o único produtor, acreditamos que ter uma vantagem nos leilões em função da logística”, analisa.

Investimento baixo

Como pôde aproveitar parte das instalações de uma usina de etanol que, no momento, se encontra desativada, o investimento na produção de biodiesel foi relativamente baixo. Foram gastos cerca de R$ 5 milhões no projeto que levou cerca de um ano e meio para ser completado.

Segundo Paulo, a usina já está toda montada e só depende de alguns ajustes menores que devem ser concluídos ainda este mês. “Aí podemos agendar a vistoria final com a ANP. Imaginamos que vamos poder iniciar a produção no início de 2020”, conclui.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com