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Fechamento de usina de biodiesel da Petrobras afeta famílias no Ceará


Jornal Nacional - 21 nov 2016 - 17:56
No sertão do Ceará, o fechamento da Usina de Biodiesel da Petrobras, instalada na região há menos de dez anos, afeta centenas de famílias. As faixas pretas nos uniformes dos funcionários e por toda a comunidade que fica ao lado da usina, em Quixadá, no sertão central do Ceará, são um símbolo de luto pelo impacto que o fechamento da unidade da Petrobras vai causar na vida dos moradores.

"Muda o perfil da cidade, muda a economia, muda o social, muda o comércio, muda o turismo", afirma o líder comunitário José Pontes de Medeiros Filho.

Tudo o que foi incentivado quando a estatal inaugurou a usina para produzir biodiesel a partir de plantas como a mamona. Oito anos depois a unidade está fechando as portas. A Petrobras diz que isso faz parte de um plano estratégico para deixar a produção de biocombustíveis.

Desde o começo de novembro, a empresa reduziu a atividade na usina. Os empregados da Petrobras vão ser remanejados pra outros estados. Os 93 terceirizados vão perder os empregos.

Só alguns poucos funcionários vão continuar para fazer limpeza e manutenção das máquinas que continuam a ser operadas até que a usina seja vendida.

O fechamento da usina traz reflexos principalmente para o campo: pequenos agricultores de seis estados do semiárido forneciam matéria prima para o biocombustível. Um terreno, por exemplo, já foi repleto de mamona. Agora está à espera da chuva e sem a possibilidade de ter esta alternativa de produção.

O seu Francisco é um dos 1,3 mil agricultores que tinham contratos com a Petrobras: recebiam sementes, ajuda de custo por hectare plantado e, o principal, tinham venda garantida para a usina.

"Para mim valeu a pena, porque a gente vai refazer a entrega, pesa, aí nós íamos receber o dinheiro e quando chegava a gente fazia aquela bela compra", afirma o agricultor Francisco de Paulo Freires.

Agora, para os produtores, só resta a esperança na chuva e nas velhas culturas do sertão.

"Vou plantar só o milho e o feijão agora. É o jeito que tem", diz o agricultor Francisco de Lima.