Caramuru passa ao largo da crise da tabela do frete
Cerca de R$ 100 milhões investidos desde 1995 na estruturação de uma logística de transporte baseada em hidrovias e ferrovias livrou a Caramuru Alimentos dos efeitos do tabelamento de fretes rodoviários. A empresa leva soja e seus subprodutos da unidade de São Simão (GO) até o Porto de Pederneiras (SP) pela Hidrovia Tietê-Paraná e, de lá, por ferrovia, até o Porto de Santos (SP).
Para embarques pelo Norte do País, mais R$ 60 milhões foram aplicados em instalações portuárias nos terminais de Itaituba (PA) e Santana (AP).
César Borges, vice-presidente da companhia, conta que o único trecho rodoviário utilizado vai de Sorriso (MT) a Itaituba (PA). Nele, o frete, entre R$ 260 e R$ 270 por tonelada de soja, é considerado razoável. “Até agora, o tabelamento praticamente não nos afetou”, afirma.
Focada em produtos de valor agregado, a Caramuru transporta, em média, 1 milhão de toneladas de soja e milho por ano pelo sistema hidroviário. Hoje, mais de 90% da produção é escoada por hidrovia e ferrovia.
Vai bem
Quanto aos resultados em 2019, o executivo da Caramuru diz que dependerão do dólar e dos prêmios pagos sobre os preços dos produtos brasileiros nos portos: “Se crescermos 10% em receita está pra lá de bom”. Em 2018, o faturamento líquido da companhia foi de R$ 4 bilhões, alta de 15,8% em relação a 2017.