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Política

Lula promete autossuficiência em refino de petróleo


Folha de S.Paulo - 17 out 2022 - 09:39

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou nesta sexta-feira (14), em seu perfil no Twitter que pretende construir refinarias e fazer com que o Brasil se torne autossuficiente em refino em um eventual novo mandato seu.

Mais cedo, durante um evento de campanha no Recife, ao lado da candidata ao governo de Pernambuco Marília Arraes (Solidariedade) e do prefeito da capital, João Campos (PSB), Lula havia prometido construir refinarias e “tomar conta da Petrobras e fazer investimentos”.

“Quero dizer a vocês que a gente vai fazer refinaria e o Brasil vai voltar a ser autossuficiente em refino”, disse o ex-presidente, durante discurso em um carro de som.

Líder nas pesquisas eleitorais e vencedor do primeiro turno, o petista tem criticado a atual política de preços da Petrobras e a necessidade de importação de combustíveis.

Ele também afirmou que irá concluir a refinaria de Abreu e Lima, em Ipojuca, no litoral sul do estado e reforçou que não irá privatizar a Petrobras, caso volte ao governo.

“Nós vamos acabar essa refinaria (...) há 20 anos o Brasil não fazia uma refinaria. Eles destruíram a BR [Distribuidora], venderam a BR dizendo que ia ter mais concorrência e a gasolina ia ficar mais barata. Hoje, tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos e nos vendendo a preço de dólar”, disse.

O petista seguiu dizendo que não iria privatizar os bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, e que irá usar o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para criar uma linha de crédito para pequenos empreendedores.

Os preços dos combustíveis viraram uma das principais armas da disputa eleitoral deste ano. Em junho, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) instituiu um teto para cobrança de ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis, transporte, energia e telecomunicações.

Com isso, os preços da gasolina, o subitem que mais pesa na inflação, caíram. O Brasil registrou deflação (queda de preços) de 0,29% em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O governo também tem pressionado a Petrobras para que a estatal não faça novos reajustes antes do segundo turno, marcado para o próximo dia 30.

Desta forma, a defasagem entre os preços internos e os valores internacionais tem disparado e atingiu os dois dígitos na última segunda-feira, 10.

O valor médio da gasolina nas refinarias brasileiras era de R$ 0,36 por litro, ou 10% menor que a paridade de importação.

Já para o diesel, essa diferença medida pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) era de R$ 0,75 por litro, ou 13%.

A oposição a Bolsonaro também critica a mudança no ICMS, classificando a medida de eleitoreira e afirma que os preços dos combustíveis devem voltar a subir no ano que vem.

Douglas Gavras – Folha de S. Paulo