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Distribuição

Fecombustíveis responde críticas


BiodieselBR.com - 14 fev 2012 - 07:46 - Última atualização em: 27 fev 2012 - 00:12

Na última quinta-feira (09), o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, entrou em contato com BiodieselBR para manifestar seu desacordo com as opiniões do presidente da Bioverde, Ailton Braga Domingues, publicadas por BiodieselBR na terça-feira passada.

Segundo Paulo Miranda, a Fecombustíveis é signatária do Plano de Abastecimento de Óleo Diesel de Baixo Teor de Enxofre firmado em julho de 2009 por diversas entidades ligadas à cadeia de produção e distribuição de combustíveis. O documento aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em resposta a um acordo com o Ministério Público Federal colocou um ponto final na disputa judicial em torno do descumprimento da Resolução Conama 315. “Desde o primeiro momento, representantes da revenda de combustíveis participaram de todos os grupos de trabalho envolvendo a implementação do diesel de baixo teor de enxofre”, diz. Ele acrescentou que as preocupações primordiais dos representantes da Fecombustíveis sempre foram o preço e a qualidade.

Embora reconheça os méritos do S50 e o S10, Miranda faz a ressalva que se tratam de combustíveis extremamente suscetíveis à contaminação e que sua mistura com biodiesel é motivo de “extrema preocupação à revenda” em virtude do histórico de problemas enfrentado na época de introdução do B5. Devido ao biodiesel ser mais higroscópico que o diesel mineral, ele acaba criando um ambiente perfeito para a proliferação de microorganismos. Uma situação complicada e que pode ser maximizada pela baixa saída do S50 nesses primeiros meses, o que tem levado os postos a ficarem com o novo combustível encalhado em seus tanques – contrariando recomendações da ANP de não ficar com o diesel S50 parado por mais de 30 dias.

O executivo também ressalta que a Fecombustíveis sempre solicitou que fossem feitos estudos a respeito da interação entre o S10 e o biodiesel, uma vez que este combustível é muito sensível devido sua baixa concentração de enxofre. Coisa que, segundo ele, a ANP e a Petrobras se comprometeram a fazer ao longo de 2012. Ele ainda aponta que testes preliminares feitos pela cadeia de distribuição e revenda mostram o elevado grau de contaminação, embora os resultados não sejam conclusivos.

Ele, contudo, sinaliza que os revendedores não são contrários ao biodiesel em si, mas se preocupam com os problemas que podem ter que enfrentar e com a possibilidade disso chegar até o consumidor final. “Para os postos, é indiferente se o diesel vai chegar com 5%, 10%, 20% ou 30% de biodiesel, desde que se trate de um produto de qualidade”, diz. Ele lembrou que a insistência de revendedores e distribuidores foi fundamental para que a ANP iniciasse uma revisão das especificações do biodiesel – processo que ainda está em andamento.

Apesar disso, o representante dos revendedores se mantém firme ao afirmar que elevar o percentual da mistura nesse momento seria, “no mínimo, irresponsável”.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com