UFRJ e Macofren estão desenvolvendo teste para medir gliceróis no biodiesel
Se tudo correr bem, o biodiesel brasileiro deverá ter uma nova especificação a partir do ano que vem. Entre as mudanças que estão sendo estudadas pela ANP, está a limitação da quantidade de monoalcilglicerois presentes no biodiesel.
A atual Resolução ANP 45/2014 fixa o parâmetro em 0,7% da massa. Isso permite que cada quilo de biodiesel acabado contenha até 7 gramas do contaminante. Na minuta apresentada pela agência reguladora esse teto foi reduzido para 0,4%.
Fazer esse controle deverá ficar mais fácil com um novo tipo de teste que está sendo desenvolvido em parceria pelo Laboratório de Combustíveis e Derivados do Petróleo (Labcom) da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela empresa Macofren Tecnologias. A ideia é colocar um kit no mercado que permita que fabricantes e distribuidores consigam determinar a quantidade de monoalcilglicerois no biodiesel em campo e sem a necessidade de testes laboratoriais mais sofisticados.
Desenvolvimento
Segundo o coordenador do Labcom, o professor Luiz Antônio d’Ávilla, essa tecnologia vinha sendo desenvolvida pelos pesquisadores do laboratório já há algum tempo em resposta a uma provocação feita pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). “Eu faço parte da comissão de laboratórios do IBP e, no ano passado, eu apresentei para eles várias alternativas de ensaios de campo nos quais estávamos trabalhando. Esse evoluiu”, conta.
Segundo o professor d’Ávilla o teste é simples e relativamente barato. Em resumo, ele exige que um funcionário – desde que devidamente treinado – separe uma pequena amostra de biodiesel e a misture a uma enzima que muda a cor do produto. O teste leva cerca de 20 minutos. A intensidade da cor vai sinalizar a quantidade de gliceróis presentes na amostra.
Embora o teste possa ser feito até visualmente comparando o resultado com uma referência, a ideia é que os resultados possam ser aferidos usando um colorímetro portátil simples. “É um equipamento portátil e que, para uma distribuidora, não é caro. O procedimento pode ser feito em qualquer lugar, basta ter uma bancada”, completa acrescentando que o laboratório tem testado também a possibilidade de fazer essa aferição também usando a câmera de um smartphone.
Um acordo assinado no final de outubro entre a UFRJ e a Macofren deve colocar os kits no mercado. Segundo o professor D’Ávilla a descrição do sistema completo ainda está sendo finalizada até o final deste ano.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com