Qualidade do diesel registra mais uma piora significativa

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A qualidade do óleo diesel teve mais um mês de amargar. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), impressionantes 5,2% das amostras de diesel recolhidas pelos técnicos do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) brasil afora não atenderam aos padrões de qualidade definidos na Resolução 50/2013.

Essa já é o sexto mês seguido de piora ininterrupta nos indicadores. Desde maio – quando o índice de não conformidade ficou abaixo de 1% desde a implementação dos B5 em janeiro 2010 – os vetores do mercado se inverteram completamente e temos tido uma piora seguida da outra.

A princípio o ritmo dessa piora não era particularmente alarmante. Depois de um período relativamente prolongado no qual os índices de não conformidade se mantiveram consideravelmente baixo de seus níveis históricos – entre dezembro de 2015 até maio deste ano as amostras reprovadas ficaram sempre abaixo dos 2% do total –, parecia apenas que o mercado estava retornando à normalidade. 

Piora

Em outubro, tivemos o primeiro escorregão mais sério com a não conformidade ultrapassando 4,5% . Agora temos um resultado ainda pior em mãos. A não conformidade de novembro praticamente iguala a de março de 2010, mês que representou o pico da crise iniciada com a introdução do B5 que só teria uma resposta definitiva depois que a ANP reformou as especificações do biodiesel em maio de 2012 [https://www.biodieselbr.com/noticias/qualidade/espec/espera-biodiesel-nova-especificacao-detalhes-180512.htm]. 

Mesmo a chegada do B6 e do B7 não tiveram um efeito tão drástico nos níveis de qualidade. De outubro de 2014 até março de 2015 tivemos uma série de resultados mais preocupante, mas em abril a situação começou voltou a se normalizar.

Com o mercado se preparando para a chegada do B8 em 01 de março do ano que vem [https://www.biodieselbr.com/noticias/regulacao/r/cnpe-aprova-antecipacao-aumento-mistura-141216.htm] é difícil imaginar que teremos um novo pico de não conformidade a caminho.

Representativo 

Em meio aos números ruins para o diesel, a edição de novembro do Boletim de Qualidade da ANP traz, pelo menos, uma boa novidade. A quantidade de amostras recolhidas pelo PMQC deu um salto de 77% em apenas um mês.

Foram coletadas 2.303 amostras de diesel em novembro em 17 unidades da federação – cinco a mais do que no mês passado. Em termos de números de amostras esse foi o melhor resultado dos últimos 16 meses. 

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com