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Preço do diesel chega a ser R$ 2 maior do que o da gasolina, mostra pesquisa da ANP


Jornal Nacional - 28 jul 2022 - 10:10

Uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo mostrou que o preço do diesel chega a ser R$ 2 maior do que o da gasolina.

O caminhoneiro Sidney Moreira enfrenta um desafio diário de fazer o maior número de entregas possível para empresa em que trabalha e controlar os gastos com diesel.

“Eu ganho por trecho, por viagem. Então, hoje em dia, as empresas mudam até a forma de pagamento. Antigamente, você recebia salário ou comissão. Hoje, quilometragem rodada. Agora, para economizar, já não consigo mais”, diz Sidney.

O diesel em alta tem impacto nos preços de outros produtos essenciais.

“A cadeia dos alimentos é mais diretamente afetada, porque o óleo diesel é elemento fundamental na formação de preços em todas as etapas. Desde a semeadura, até a colheita, o armazenamento e a distribuição”, explica o economista Carlos Alberto Vitorrati.

O caminhoneiro Jhonatan Jorge saiu do Paraná e abasteceu em Mato Grosso do Sul. Nos dois estados, o diesel custa, em média, R$ 7,30. De janeiro para cá, as despesas dele com o combustível dispararam.

“O óleo diesel, no começo do ano, eu estava pagando R$ 5,20, R$ 5,30. Ainda dava bastante diferença. Hoje dá dando R$ 2 de diferença por litro. Nós gastamos, em média, 500 litros de óleo por dia. A R$ 7, dá R$ 3,5 mil, R$ 1 mil a mais por dia de óleo do que nós gastávamos no começo do ano”, compara ele.

Um levantamento da Agência Nacional do Petróleo mostra que o litro do diesel está, em média, acima dos R$ 7 em todos os estados. E, em alguns, está mais de R$ 2 acima da gasolina.

No Acre, enquanto o diesel custa R$ 8,53, a gasolina comum tem o valor médio de R$ 6,14 nas bombas - diferença de R$ 2,39. No Amapá, o diesel é R$ 2,17 mais caro do que a gasolina. Em São Paulo, a diferença entre os combustíveis é de R$ 1,60 na média.

Uma das explicações para a diferença de preço entre os dois combustíveis é que o diesel está com os impostos federais zerados desde março, e vários estados já praticavam alíquotas menores do que o teto de 17% e 18% do ICMS, que está incidindo na gasolina.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a alíquota já era e segue em 12%. Só que isso já não é suficiente. O cenário externo continua como uma das principais pressões sobre o preço do diesel.

“Nós ficamos com esse valor estagnado na parte do imposto, mas, em contrapartida, com uma dificuldade enorme de importação. Por quê? Porque o preço internacional está galopante. O dólar também está muito oscilante, e há o fator mundial: é muita procura e pouca oferta, devido à guerra da Rússia e Ucrânia. A Rússia, um dos maiores exportadores de petróleo, restringiu suas vendas, e isso impactou no preço final. E isso está impactando nos preços das bombas”, afirma Edson Lazarto, gerente-executivo da Sinpetro.