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Saúde

Estudo revela impacto da poluição na saúde de moradores do RJ e de SP


Bom Dia Brasil - 30 out 2014 - 10:37 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53
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Pesquisadores divulgaram estudo com números que preocupam muito sobre o impacto da poluição na saúde de moradores das duas maiores cidades do país, Rio de Janeiro e São Paulo. Mais de 135 mil pessoas morreram, em seis anos, por doenças provocadas pela má qualidade do ar.

A poluição do ar mata 14 pessoas por dia no estado do Rio de Janeiro. A área mais crítica é a Região Metropolitana. Em Nova Iguaçu e Duque de Caxias, a concentração de poluentes no ar chega a ser três vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

A pesquisa realizada pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade acompanhou as medições feitas por 30 estações que monitoram a qualidade do ar em 15 municípios do estado.

De acordo com a pesquisa, mais de 75% das emissões de poluentes em toda região metropolitana do Rio têm origem nos veículos automotores. Durante os seis anos do estudo, mais de 36 mil pessoas morreram em todo o estado por doenças atribuídas à poluição do ar.

Nesse período, mais de 65 mil pessoas foram internadas na rede pública com problemas causados pela inalação de poluentes.

“Risco de doenças respiratórias, risco de infarto, as grávidas são muito suscetíveis, as crianças, os idosos. Você tem uma população enorme exposta. Mesmo os saudáveis acabam inalando uma grande quantidade de substancias químicas que são nocivas à saúde”, alerta Hermano Albuquerque de Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública – Fiocruz.

Quem paga a conta é o contribuinte: R$ 82 milhões. Os pesquisadores já haviam medido a qualidade do ar no estado de São Paulo, onde a poluição chegou a estar 2,5 vezes acima do limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde.

Entre 2006 e 2011, mais de 99 mil pessoas morreram por doenças ligadas à poluição. O estudo também compara a qualidade do ar entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Entre 2007 e 2011, o Rio respirou um ar menos poluído todos os anos, exceto em 2011. Segundo os pesquisadores, menos de 2% dos municípios brasileiros contam com estações que medem a qualidade do ar.

Em todo o Brasil, são apenas 252. Nos Estados Unidos, são 5 mil. Na Europa, 7,5 mil. Mas o maior problema, é que o país utiliza há 25 anos os mesmos indicadores de qualidade do ar, muito menos restritivos que os atuais padrões exigidos pela Organização Mundial da Saúde.

“É perfeitamente compreensível que a mudança para o padrão final, até se chegar ao padrão da Organização Mundial de Saúde, tenha que ser uma mudança escalonada e em etapas. Mas, mesmo assim, ela não pode demorar”, afirma Evangelina Vormitagg, diretora do Instituto Saúde e Sustentabilidade.

A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo, Cetesb, informou que vem aplicando desde o ano passado, de forma gradual, os padrões recomendados pela Organização Mundial da Saúde. O Instituto Estadual do Ambiente do Rio e o Ministério do Meio Ambiente não comentaram o estudo.

Uma reportagem em vídeo sobre o assunto produzida pelo Bom Dia Brasil pode ser acessada clicando aqui.