São Paulo só cumpriu 8% da meta de eletrificação da frota de ônibus
Dos 2.600 ônibus elétricos à bateria que a Prefeitura de São Paulo havia prometido ter em sua frota até o final deste ano, menos de 8% já estão circulando. Segundo o portal especializado em mobilidade urbana Diário do Transporte, a capital paulista conta hoje com 207 veículos elétricos. Caso sejam contabilizados os 201 trólebus que já faziam parte da frota paulistana, o número salta para 408 veículos elétricos. Ainda assim, é menos de 16% da meta estipulada pela gestão de Ricardo Nunes.
A meta corresponde a 20% da frota total da cidade que, segundo a SPTrans, contava com 13.281 veículos contratados em agosto para transportar uma média de 177 milhões de passageiros mensais. A Política de Mudança do Clima do Município de São Paulo estabelece 2038 como o limite para que as operadoras zerem suas emissões de gases de efeito estufa.
Em outubro de 2022, a SPTrans proibiu a compra de novos ônibus a diesel pelas empresas que operam o sistema de transporte coletivo da cidade. A proibição foi questionada pelo Ministério Público.
Para tentar acelerar a substituição de veículos a diesel pelos elétricos, a Prefeitura de São Paulo chegou a negociar linhas de financiamento bilionárias junto ao BNDES e ao Banco da China.
Infraestrutura
A falta de infraestrutura adequada para recarga, contudo, tem sido apontada como um gargalo a ser superado antes que a eletrificação possa avançar. Um levantamento da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP) aponta que seria necessário ligar as garagens às redes de média e alta tensão e instalar subestações para evitar riscos à rede comum.
Os investimentos necessários para adequar a infraestrutura de distribuição de energia tornaram-se um ponto de atrito entre a prefeitura e a Enel.
Mas esse não é o único entrave. Segundo o *Diário do Transporte*, faltam modelos de ônibus elétricos homologados pela SPTrans. No momento, há veículos aprovados de 12,1 a 15 metros, mas não há articulados entre 18 e 23 metros, nem micro-ônibus de 6 a 11,5 metros.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações do Diário do Transporte