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Soja

Volume esmagado de janeiro a julho é o menor em cinco anos


Diário de Cuiabá - 29 ago 2013 - 14:48 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53

As cotações da soja foram decisivas para um reordenamento das indústrias mato-grossenses que optaram pela exportação do grão ante a possibilidade de processamento interno da oleaginosa. O volume esmagado nos primeiros sete meses de 2013, em Mato Grosso, foi o menor dos últimos cinco anos, acumulando 4,5 milhões de toneladas.

Como observa o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a diminuição do volume esmagado no Estado nos sete primeiros meses deste ano reflete os preços menos atrativos aos produtos da soja industrializada perante os preços da soja em grão para exportação.

Como aponta o Imea, por meio do Boletim Semanal da Soja, divulgado na última segunda-feira, Mato Grosso esmagou, de janeiro a julho deste ano, 4,5 milhões de toneladas de soja e exportou um volume que equivale a 55% deste acumulado, ou 2,5 milhões de toneladas em forma de farelo e óleo. No mesmo período de 2012, além de o volume esmagado ter sido 6,4% maior, a porcentagem exportada também foi mais expressiva: 66% foram enviados ao exterior pelo Estado, correspondentes a 3,2 milhões de toneladas de soja industrializada na forma de farelo e óleo. Em sentido contrário se apresentam as exportações de soja em grão, que registram crescimento de 6,8% neste comparativo.

O esmagamento efetivo de soja em Mato Grosso no mês passado foi de 602.500 toneladas, redução de 10% no comparativo com o mês anterior e de 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado. “Esse decréscimo do volume esmagado totaliza queda de 23% desde março, quando este comportamento começa a ser observado. No mesmo período do ano passado a queda era de apenas 14%”, aponta o Boletim.

O menor esmagamento está ocorrendo devido à margem menor das esmagadoras, quando comparado com a venda da soja em grão. Se a soja fosse esmagada em Mato Grosso em fevereiro deste ano, o valor da venda do óleo e do farelo totalizaria R$ 412/toneladas de soja esmagada a mais que a venda da soja em grão, porém, já no mês de julho o valor caiu mais de 25%, chegando a R$ 307, impulsionando desta forma a venda do grão.

“O grande vilão na margem das esmagadoras, sem dúvidas, foi o preço do óleo de soja, que teve desvalorização de quase 15% em Mato Grosso, justificada pela grande oferta de óleos em geral no mercado”. A Ásia, que é grande consumidora de óleo, está com seus estoques altos, principalmente de óleo de palma, que é um substituto ao óleo de soja. Porém, o farelo de soja também tem uma parcela na diminuição da margem, pois caiu quase 3% nesse mesmo período, e está descolado do preço internacional que acumula alta.

Farelo
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) o volume de farelo de soja exportado por Mato Grosso no mês passado foi de 338 mil toneladas, gerando acumulado de US$ 173 mil no período. No comparativo com o mês anterior houve redução de 14% no volume total exportado, entretanto, a redução no acumulado em dólares foi de 10%, amenizada pelo aumento de 5% no preço pago pela tonelada do produto embarcado.

A alta do preço pago pela tonelada do farelo de soja destinado à exportação, que passou de US$ 487/t em junho para US$ 511/t em julho de 2013, foi influenciada pela valorização deste produto no mercado internacional no mês de julho. O acumulado das exportações mato-grossenses de farelo de soja de janeiro a julho deste ano é de 2,2 milhões de toneladas, equivalente a 33% do total exportado pelo Brasil no período.

Marianna Peres - Diário de Cuiabá