Soja sobe em Chicago com indicação de aumento na demanda
A soja fechou a sessão na bolsa de Chicago com preços em alta nesta segunda-feira (21/10), impulsionada por fatores macroeconômicos e geopolíticos, além de questões técnicas. Os contratos para novembro subiram 1,13%, com o valor de US$ 9,81 o bushel.
Vlamir Brandalizze, consultor independente de mercado, disse que a valorização se deu após a China, maior importador mundial de soja, anunciar detalhes sobre seu pacote de estímulos à economia. A procura por soja dos EUA, destaca o analista, tende a ser um dos poucos fatores a sustentar as cotações nesse momento de boa perspectiva com a produção.
“Quando olhamos a questão de oferta, nós temos uma situação tranquila. O foco mesmo está na demanda. A depender de como serão esses estímulos [na economia], a China deve elevar seus estoques para reduzir a pressão inflacionária local”, diz.
A soja avançou ainda, segundo ele, após pesquisas apontarem vantagem de Donald Trump sobre Kamala Harris na corrida eleitoral nos Estados Unidos que vai definir o futuro presidente em novembro.
"A queda de braço na economia entre EUA e China deve se confirmar com a possibilidade de vitória de Trump. Isso faz com que muitos investidores optem por comprar soja agora, se antecipando a uma provável nova guerra comercial", afirma Brandalizze.
Milho
O milho liderou a alta dos grãos na bolsa de Chicago, respondendo a um aumento na demanda pelo cereal dos Estados Unidos. Os papéis com entrega para dezembro avançaram 1,17%, para US$ 4,0950 o bushel.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) disse hoje que o saldo líquido das exportações de milho do país chegou a 999,81 mil toneladas na semana encerrada em 17 de outubro. Sete dias antes, 506,61 mil foram negociadas.
Além desses volumes, o USDA comunicou nesta segunda a venda de quase 500 mil toneladas do cereal americano. Desse total, pouco mais de 169 mil foram adquiridas pelo México, que desde a semana passada vem comprando grandes quantidades do produto.
“Em período de colheita é comum o México importar muito milho dos EUA. Eles também elevaram suas aquisições, aproveitando que os preços americanos estavam no fundo do poço”, avalia Vlamir Brandalizze.
Nas projeções do analista, o preço do milho na bolsa americana pode subir ainda mais, caso a demanda se mantenha firme.
“A China tem comprado pouco milho americano, mas a hora que entrar no mercado pode fazer a cotação dar um salto de 10%. Além disso, a situação de balanço não é confortável, já que a demanda real tende a ser muito maior que a oferta disponível”, observa.
Trigo
Depois de registrar uma baixa de quase 3% na última sexta-feira (18), o trigo fechou voltou a cair na bolsa de Chicago. Os lotes para dezembro recuaram 0,09%, a US$ 5,7225 o bushel.
Paulo Santos – Globo Rural