Soja puxa recorde na exportação do campo

Apesar da quebra da produção na região Sul, em razão da seca provocada pelo fenômeno climático La Niña, o chamado "complexo soja", que inclui o grão e seus principais derivados (farelo e óleo) reassumiu sua tradicional liderança nas exportações brasileiras do agronegócio em fevereiro.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura, as vendas totais do complexo ao exterior renderam US$ 1,188 bilhão no mês, 129,8% mais que em fevereiro de 2011. Vale observar que a base de comparação é baixa, já que no início do ano passado a oferta doméstica era menor devido a atrasos no plantio e na colheita da safra 2010/11, sobretudo em Mato Grosso, que encabeça a produção nacional.
 

E, segundo o ministério, o resultado poderia ter sido até melhor, não fosse a queda dos preços médios das exportações. Os embarques do complexo alcançaram 2,668 milhões de toneladas em fevereiro, um salto de 186,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas o valor médio caiu de US$ 556 para US$ 445 na comparação. De qualquer forma, foi o suficiente para garantir um novo recorde para as exportações do setor em meses de fevereiro.

No total, o agronegócio brasileiro exportou US$ 5,961 bilhões no mês, 11,8% mais que em fevereiro de 2011. As importações do setor aumentaram 1,5%, para US$ 1,305 bilhão, e com isso o superávit cresceu 15%, para US$ 4,656 bilhões. Depois do complexo soja, ajudaram a puxar as exportações do campo os complexos carnes (bovina, de frango e suína) e sucroalcooleiro, como também é normal.

No que depender da China, maior país importador de soja em grão do mundo, enquanto houver oferta, haverá exportação. Conforme a agência Reuters, o país asiático recebeu do Brasil em fevereiro 618,6 mil toneladas do grão e 71,3 mil de óleo, ante quase nada no mesmo mês de 2011. No total, os chineses deverão importar quase 30 milhões de toneladas de soja em grão no primeiro semestre.

Fernando Lopes e Tarso Veloso