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Soja

Preço da soja sobe em Chicago mas tendência indica novas quedas


Globo Rural - 06 fev 2024 - 10:37

Os preços da soja buscaram recuperação na bolsa de Chicago após os contratos futuros atingirem o menor patamar em mais de dois anos na última sessão. Nesta segunda-feira (5/2), os lotes que vencem em março subiram 0,65%, negociados a US$ 11,9625 o bushel.

“O grão seguiu as altas dos derivados [óleo e farelo] nesta segunda, mas vejo esse movimento de alta mais como um ‘respiro’ do que uma mudança de tendência no preço da commodity”, afirma Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria.

Ainda de acordo com ele, a soja reagiu pois investidores entendem que talvez o patamar de US$ 11,80 seja o fundo do poço, sem forças para ir muito abaixo disso.

Isso não significa, no entanto, que o cenário de baixa para a soja se afastou, na visão do analista.

“Apesar dos problemas de oferta no Brasil, a safra na Argentina vem muito boa, acima de 52 milhões de toneladas. Soma-se a isso a desaceleração das compras chinesas de soja. Esse é um forte elemento de demanda para manter pressão de queda sobre as cotações em Chicago”, afirma.

Trigo

As exportações de trigo da Rússia aliadas a uma demanda fraca pelo cereal exportado pelos Estados Unidos impediram uma reação nos preços. Os contratos com entrega para março fecharam a segunda-feira em queda de 1,58%, a US$ 5,9025 o bushel.

As exportações de trigo da Rússia tiveram aumento anual de 23%, entre 1º de julho de 2023 e o fim de janeiro, de acordo com dados do Commerzbank, divulgados pela T&F Consultoria Agroeconômica.

,A empresa diz também que a baixa procura pelo trigo dos EUA contribuiu para o cenário de queda. As exportações do país atingiram 266,2 mil toneladas na semana encerrada em 1º de fevereiro, volume aquém das 283,7 mil toneladas negociadas na semana imediatamente anterior.

Milho

Assim como a soja, o milho tenta se afastar da mínima em vários anos na bolsa de Chicago, mas o cenário a tendência ainda é de desvalorização. Os lotes para março caíram 1,01%, a US$ 4,4275 o bushel.

A demanda fraca pelo milho americano acentua as quedas na bolsa. As exportações do país totalizaram 624,2 mil toneladas no período de sete dias encerrado em 2 de fevereiro, segundo dados do Departamento de Agricultura do país (USDA). O volume embarcado ficou abaixo das 926,3 mil toneladas exportadas na semana imediatamente anterior.

Para Enilson Nogueira, da Céleres Consultoria, uma reversão na tendência de queda para o milho só deve acontecer a partir de abril.

“Há muitos relatos de que os produtores americanos podem aumentar a área de soja em detrimento do milho. Se isso de fato acontecer, então haverá espaço para uma sustentação, a depender de quanta área o milho perderá nos EUA para a temporada 2024/25”, diz.

Paulo Santos – Globo Rural