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Soja

Exportações de soja já superaram 80 milhões de toneladas, diz Anec


Valor Econômico - 04 dez 2018 - 10:16

As exportações de soja mantiveram em novembro o ritmo intenso dos meses anteriores e somaram 80,1 milhões de toneladas nos primeiros 11 meses deste ano, segundo levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) baseado nas cargas que efetivamente partiram dos portos do país no período. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), o volume acumulado chegou a 79,6 milhões de toneladas. O número da Anec já supera em 17% o recorde de 2017 (68,3 milhões de toneladas).

Em evento recente, o diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes, adiantou que as exportações de soja poderiam alcançar 80 milhões de toneladas em 2018. Em novembro, quando as vendas ao exterior atingiram quase 5 milhões de toneladas, volume atípico para o mês - foram 2 milhões de toneladas em novembro de 2017 -, a demanda pelo grão brasileiro continuou sendo impulsionada pela disputa comercial entre China e EUA, que encareceu a soja americana no mercado chinês após a sobretaxa de 25% imposta por Pequim.

Mas essa vantagem da soja brasileira no mercado chinês, mesmo com a alta dos prêmios nos portos brasileiros, tende a perder força. No fim de semana, na cúpula do G-20 em Buenos Aires, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, presidente chinês, avançaram em acordos para pôr fim às disputas entre os dois países. Ontem, Trump anunciou que a China aceitou "reduzir e eliminar" as tarifas sobre os automóveis importados dos EUA. A trégua motivou a alta das cotações da soja em Chicago. Os contratos com vencimento em março subiram 1,1%, para US$ 9,1775 por bushel.

Em nota ao Valor, John Heisdorffer, presidente da Associação Americana de Soja (ASA), afirmou que a trégua anunciada por EUA e China é a primeira boa notícia para o segmento após meses de queda nos preços do grão e interrupção de embarques ao mercado chinês. "Se esta suspensão de tarifa levar a um acordo de longo prazo, será extremamente positivo para a indústria da soja. Queremos começar a reparar os danos às nossas relações comerciais com a China, que têm sido essenciais para o sucesso da exportação de soja por anos ".

Falando a um jornal do Iowa, onde produz soja, Heisdorffer disse que a trégua chega no melhor momento, porque "o Brasil tem menos soja do que pensávamos, e eles estão praticamente esgotados no ano". Assim, completou, os EUA devem voltar a vender soja para a China.

Também ontem, a Anec informou que as exportações brasileiras de milho confirmaram as expectativas e recuaram 26,5% nos 11 primeiros meses de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, para 18,9 milhões de toneladas. As vendas externas foram prejudicadas pela quebra de safra no país e pela entrada em vigor da tabela de fretes mínimos rodoviários, que tornou mais caro o transporte do grão do Centro-Oeste (principal região produtora) para os principais portos localizados nas regiões Sul e Sudeste.

Em novembro, quando normalmente os embarques estão a todo o vapor, foram enviadas ao exterior 3,9 milhões de toneladas de milho, 7,3% menos que no mesmo mês de 2017.

Kauanna Navarro e Assis Moreira – Valor Econômico