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Soja

Commodities: Risco de perdas em lavouras americanas impulsiona cotações da soja em Chicago


Valor Econômico - 03 set 2020 - 09:47

O risco de perdas nas lavouras americanas, motivado pelo clima seco em regiões produtoras, impulsionou, mais uma vez, as cotações da soja na bolsa de Chicago. Nesta quarta-feira, os contratos futuros para novembro subiram 0,76%, ou 7,25 centavos de dólar, e fecharam a US$ 9,62 o bushel.

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Na avaliação da analista Ana Luiza Lodi, da StoneX, a expectativa de perdas nas lavouras americanas tem levado os traders a se prepararem para uma queda na estimativa de produção do próximo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que será divulgado no dia 10.

Apesar do ímpeto altista, a previsão de chuvas para a próxima semana poderá aliviar as condições das lavouras e diminuir a curva altista dos preços da oleaginosa, acrescentou Lodi ao Valor.

No mercado de milho, os contratos para dezembro avançaram 0,21%, ou 0,75 centavo de dólar, e fecharam a US$ 3,5875 o bushel.

Segundo análise da agência Dow Jones Newswires, as cotações do cereal subiram com os traders acreditando que haverá uma retomada de compras por parte dos chineses.

De acordo com traders entrevistados pelo jornal ‘The Wall Street Journal’, as vendas de milho poderão totalizar até 2,7 milhões de toneladas esta semana no relatório de exportações a ser divulgado na próxima quinta-feira pelo UDA — o que representa quase o dobro do volume da semana passada.

Apesar da expectativa, ainda existem muitas incertezas sobre as compras da China. “Ainda não vejo os chineses se tornando grandes importadores de milho no atual ano-safra”, disse Lodi, da StoneX.

Mesmo com as perdas observadas nas lavouras americanas, o balanço de oferta e demanda da commodity ainda está em um patamar confortável. No último relatório de oferta e demanda do USDA, os estoques americanos estavam em 70 milhões de toneladas de milho. “Temos estimativas de perdas em torno de 10 milhões, o que ainda deixa os estoques em um patamar confortável”, avaliou a analista.

Ainda na bolsa de Chicago, os preços do trigo passaram por uma realização de lucros dos investidores e caíram. A desvalorização dos contratos futuros para dezembro foi de 1,02%, ou 5,75 centavos de dólar, para US$ 5,5825 o bushel.

Na terça-feira, a queda do dólar índex ao menor valor desde 2018 deu suporte às cotações, já que o dólar mais fraco faz com que as exportações dos EUA pareçam mais atraentes aos compradores. Nesta quarta-feira, porém, o índice operou em alta, o que contribui para pressionar os preços dos grãos americanos.

Naiara Albuquerque e Fernanda Pressinott – Valor Econômico