Commodities: Aversão ao risco pressiona a soja em Chicago
A forte demanda pela soja dos Estados Unidos não foi capaz de sustentar os preços da oleaginosa na bolsa de Chicago, que caíram nesta quinta-feira, pressionados pela aversão ao risco. Os contratos do grão para janeiro, os mais negociados, fecharam em queda de 0,59%, a US$ 14,7350 por bushel, e os papéis para março recuaram 0,56%, a US$ 14,7650 por
“Após o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos e na Europa, a aversão ao risco no mercado financeiro prevaleceu sobre os números da demanda. A alta dos juros afeta as commodities agrícolas porque pode gerar recessão e diminuir o consumo”, disse Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto.
Ontem, o banco central americano (Fed) elevou em 0,50 ponto percentual os juros no país. O Banco Central Europeu (BCE) também aumentou sua taxa em meio ponto.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o saldo líquido de vendas americanas de soja (resultado de novos contratos e cancelamentos) da temporada 2022/23 foi de 2,9 milhões de toneladas na semana encerrada em 8 de dezembro. A estimativa de analistas era de saldo entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas.
Milho
No mercado do milho, os lotes para março do ano que vem fecharam o dia em alta de 0,46%, a US$ 6,5350 por bushel. A demanda acima do esperado puxou o avanço do cereal.
Segundo o USDA, o saldo líquido das vendas americanas de milho da temporada 2022/23 foi de 959 mil toneladas na semana encerrada em 8 de dezembro. No mercado, as previsões eram de saldo entre 600 mil e 900 mil toneladas.
Ruan Sene, da Grão Direto, diz que o milho ficou alheio ao sentimento de aversão ao risco por estar num cenário muito diferente dos demais grãos. “Na Argentina, que enfrenta seca, a situação está um pouco mais crítica para o milho do que para a soja. E a Ucrânia está com seu plantio extremamente prejudicado”, explicou.
Trigo
Após duas quedas em sequência, os investidores do mercado de trigo corrigiram posições, e os preços do cereal subiram em Chicago. Os contratos para março, os mais negociados, avançaram 1,07% a US$ 7,5725 por bushel.
O trigo também encontrou suporte nos fundamentos de demanda. O Departamento de Agricultura dos EUA disse hoje que o saldo líquido das vendas de trigo do país foi de 469 mil toneladas na semana encerrada em 8 de dezembro, bem acima da projeção do mercado, de 350 mil toneladas.
Fernanda Pressinott e Paulo Santos – Valor Econômico
