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Canola

Crescimento do plantio da canola limitado por falta de sementes


Assessoria de Imprensa Embrapa - 15 abr 2013 - 16:51
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A época de semeadura da canola se estende entre 01 de março e 30 de junho no Paraná e Rio Grande do Sul – estados que concentram 90% da produção brasileira da oleaginosa. Contudo, a falta de sementes no mercado está limitando o crescimento da cultura e, este ano, deve repetir os números da safra do ano passado.

A área de canola semeada em 2012 foi de 48.704 hectares (ha) o que representou uma redução de 18% em relação à temporada 2011. A expectativa inicial é que, em 2013, a cultura voltasse a empolgar os agricultores as lavouras ocupassem uma área 30% maior – 63,3 mil há. No entanto, esse crescimento acabou frustrado pela oferta limitada de sementes no mercado nacional.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Tomm, ainda é cedo para finalizar a estimativa da área plantada com canola nesta safra, avaliando que a intenção de plantio pode sofrer diversas variações até o final da época de semeadura. Contudo, as variedades híbridas mais utilizadas nas lavouras brasileiras são importadas da Argentina, onde uma forte estiagem causou quebras significativas nos campos de multiplicação e, consequentemente, reduziram a oferta de sementes. “Na maior parte da área de cultivo de canola da América do Sul são semeados híbridos Hyola, os quais possuem resistência poligênica ao tipo de canela-preta (doença fúngica) que destruía nossas lavouras de canola”, conta Tomm.

Para o pesquisador, um novo impulso deverá ocorrer com início o projeto “Canola para o Brasil - Pesquisa, transferência de tecnologia e desenvolvimento organizacional para expansão da canola no Brasil”, onde uma ampla equipe multidisciplinar vai desenvolver atividades voltadas a expansão do cultivo no país.

Crescimento
Nos últimos cinco anos, a área de canola tem apresentado crescimento constante, com exceção de 2012, quando uma estiagem afetou a semeadura da safra.

Na avaliação do Gerente de Tecnologia Agrícola da BSBios – usina de biodiesel que tem incentivado bastante o plantio da canola –, Fábio Júnior Benin, a canola está deixando de uma fase considerada como “cultura alternativa” para uma “cultura permanente” nos sistemas produtivos da Região Sul e Centro-Oeste do Brasil. Nos últimos três anos, os produtores que adotaram a cultura têm mantido a canola no sistema de produção, ao contrário do passado, quando a rotatividade nas áreas de cultivo era mais frequente, impedindo a organização da cadeia produtiva. “Estamos numa fase de amadurecimento e profissionalização do setor produtivo da canola, destacando o Brasil como líder no setor produtivo de oleaginosas aptas a atender os mercados emergentes de óleos vegetais”, conclui.

Preço atrai
Visando incentivar o crescimento da área de canola no Brasil, as empresas de fomento vêm pagando pela canola preços vinculados aos da soja o que tem atraído mais agricultores. Além disso, os preços atuais estão excelentes para os produtores, gerando lucros elevados.

De acordo com o produtor Tales Rosso, que tem uma propriedade em Vila Maria (RS), o preço de R$ 68,00 pela saca de 60 quilos tornou a lavoura de canola rentável mesmo depois que a área plantada foi reduzida pela metade no último ano. “Estou satisfeito com a cultura da canola. Se o cenário continuar favorável, com boas perspectivas de clima e preço, devemos aumentar a área neste ano”, afirma Rosso.

Além do preço, a liquidez da canola é outro atrativo. Toda a canola produzida no país – e grande parte dos 70 mil hectares cultivados no Paraguai – é industrializada internamente sendo destinada à alimentação humana onde o óleo de canola recebe preços melhores que os de outros óleos vegetais por ser considerado um produto mais saudável. A demanda por óleo de canola está em crescimento e a Abrascanola calcula que seria possível plantar uma área 200 vezes maior para atender à demanda atual em mercados como a Europa.

O óleo também é usado pela indústria do biodiesel. A canola tem teor de óleo que chega a 40% enquanto o teor de óleo nos grãos de soja é de 18%.

Com adaptações BiodieselBR.com