Dimetil éter surge como uma opção ao diesel

Uma nova fonte de energia se destaca no cenário internacional. É o dimetil éter, ou DME, amplamente utilizado na fabricação de pinturas tipo spray, em substâncias químicas agrícolas e em cosméticos. O novo combustível, originado a partir do processamento do gás natural, tem atraído a atenção mundial por ser uma alternativa viável ao diesel devido ao seu baixo índice de emissões de particulado e NOx. Outro destino que o DME tem é a geração de energia.

O panorama no continente asiático é favorável ao novo combustível. As pesquisas sobre o DME estão em fase avançada. Uma usina-piloto de energia localizada na Ilha de Hokkaido, Japão, já começará a produzir o combustível em 2006. Além do país do sol nascente, a China, a Índia e a Coréia do Sul estão com planos de introduzir o dimetil éter em diversas aplicações. Este fato se dá porque naquela região há um grande consumo do GLP (gás de cozinha) e GNL (gás natural Liqüefeito) e por isso há grande disponibilidade do insumo.

A origem das pesquisas sobre o DME no Japão se deu com o questionamento, principalmente das siderúrgicas, sobre qual destino dar ao gases da operação dos alto-fornos. Em parceria com a Universidade de Tóquio a NKK, uma das grandes produtoras de aço no país, descobriram a reação do gás natural que gera o DME. Hoje em dia a NKK já possui uma usina capaz de produzir cerca de 5 toneladas do combustível por dia.

Na América do Sul, o Brasil, por meio de pesquisa financiada pela Petrobras, e a Venezuela, pela petrolífera estatal PDVSA, manifestaram interesse em utilizar o dimetil éter. Porém em ambos países ainda existe a necessidade de desenvolver novos equipamentos para o processo do gás natural, estudo de viabilidade econômica, modificação de motores a diesel, aprimorar o processo de obtenção direta do DME, entre outras ações.