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Produção de canola cresce 65% na safra 2010/2011


MAPA - 15 fev 2011 - 08:10 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou levantamento sobre a produção de canola. De acordo com o estudo, na safra 2010/2011 devem ser colhidas cerca de 70 mil toneladas do grão, o que representa aumento de 65% em relação à safra anterior. O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, atribui o crescimento da produção ao Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), aos investimentos em pesquisa e à indicação de áreas aptas para o plantio.

“Esse aumento é reflexo da consolidação da indústria do biodiesel no Brasil”, destaca o secretário. Segundo ele, a demanda do setor de biocombustíveis por óleos vegetais é grande. “Uma única usina na região Sul fomentou quase que 1/3 da produção de canola dessa safra”, diz. O fortalecimento da cadeia produtiva da oleaginosa depende também de investimentos da iniciativa privada, em conjunto com as ações de fomento do governo federal.

Ações
O PNPB é um programa interministerial do governo federal. Criado em 2003, tem como objetivo implementar, de forma sustentável, na perspectiva técnica e econômica, a produção e uso do biodiesel do país. A inclusão social e o desenvolvimento regional são prioridade, com geração de emprego e renda aos agricultores. Com o programa, a disponibilidade da canola cresceu no mercado, o que consolidou a planta como matéria-prima alternativa para produção de biocombustíveis.

Na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Agroenergia, pesquisadores trabalham com diversas oleaginosas, entre elas a canola. São análises que buscam o desenvolvimento de plantas com maior acúmulo de energia por hectare, o que garante mais rendimento para produção de óleo.

O chefe geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, explica que algumas espécies oleaginosas convencionais como a soja, girassol, mamona, amendoim e a canola têm potencial de rendimento de 1,5 t / ha. “O nosso objetivo, inclusive com a canola, é atingir índices de produtividade cada vez mais elevados”.

Outra importante ação de fomento à cadeia é o estudo de Zoneamento de Risco Climático da Canola. O levantamento indica os melhores períodos e as regiões mais aptas para o plantio, prevenindo perdas por eventos climáticos. As instituições financeiras e o programa de subvenção ao seguro rural usam o estudo como base para concessão de crédito.

O zoneamento aponta, ainda, que o clima ideal para o cultivo da canola é semelhante ao exigido pelo trigo (desenvolve-se bem em baixas temperaturas). A canola não tolera geadas expressivas logo após a germinação e na floração. Nesta safra, o clima tem sido bastante favorável ao desenvolvimento da cultura. Isso pode garantir uma produtividade bastante alta da oleaginosa, principalmente no sul do país, onde pode chegar a 1,52 t / ha.

Internacional
A canola, popularmente conhecida como colza em toda a Europa, responde por 16% da produção e consumo de óleos vegetais no mundo, atrás da palma de óleo (34%) e da soja (33%). Os grãos de canola produzidos no Brasil possuem em torno de 24 a 27% de proteína e de 34 a 40% de óleo. O farelo de canola é um excelente suplemento protéico na formulação de rações para bovinos, suínos, ovinos e aves.

Segundo as pesquisas da Embrapa, o óleo de canola é um dos mais saudáveis, pois possui elevada quantidade de ômega-3 (que reduz triglicerídios e controla arteriosclerose), vitamina E e o menor teor de gordura saturada (atua no controle do colesterol) de todos os óleos vegetais. Médicos e nutricionistas indicam o óleo de canola como aquele que tem a melhor composição para dietas saudáveis.

No Brasil, a canola constitui uma alternativa para diversificação de culturas de inverno e geração de renda pela produção de grãos, no Sul do país. Dados da Embrapa mostram que o cultivo de canola reduz a ocorrência de pragas. Contribui ainda para que o trigo semeado no inverno subsequente produza mais e tenha melhor qualidade e menor custo de produção.

Dados
As pesquisas e o cultivo de canola iniciaram, em 1974, no Rio Grande do Sul, e nos anos 80, no Paraná. Hoje, o grão é produzido em toda a região Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, e em Mato Grosso do Sul.

Números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que na safra 2009/2010, Mato Grosso do Sul produziu 2,2 mil toneladas do grão, no Paraná 7,8 mil toneladas e no Rio Grande do Sul 32,2 mil. Para a atual safra, a expectativa de produção é de 4,1 mil toneladas em Mato Grosso do Sul, 19,8 mil toneladas no Paraná, 0,5 mil toneladas em Santa Catarina e 45,3 mil toneladas no Rio Grande do Sul.

Sophia Gebrim