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Pinhão-manso fomenta pesquisa na Embrapa


Embrapa - 18 abr 2011 - 05:46 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:16

Na primeira quinzena de abril, ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação com matérias-primas alternativas para o biodiesel foram discutidas na Embrapa Agroenergia (Brasília/DF) com pesquisadores e técnicos de outras unidades da Empresa e instituições parceiras.

O pinhão-manso (Jatropha Curcas L.) foi uma das culturas que esteve na pauta dos temas debatidos. Em relação a essa oleaginosa, a reunião que ocorreu nos dias 14 e 15 de abril, fixou-se nas atividades do projeto BRJATROPHA, (“Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Pinhão-Manso para Produção de Biodiesel”). Esse projeto, iniciado no ano passado, que conta com financiamento parcial da Finep, tem término previsto em 2013.

No BRJATROPHA estão em execução ações de pesquisa em todas as regiões brasileiras, incluindo melhoramento genético, práticas agronômicas, produção do biodiesel e destoxificação da torta do pinhão-manso, explica Bruno Laviola, pesquisador da Embrapa Agroenergia e líder do Projeto. Para realizar essas atividades, a Unidade conta com a parceria de 21 instituições, sendo 15 unidades da Embrapa, 5 universidades e uma Empresa de Pesquisa Agropecuária estadual.

Um dos participantes da reunião, o pesquisador e professor da Universidade Federal de Tocantins, Eduardo Lemos, mencionou os dados de experimentos no município de Gurupi/TO, com adubação, fithormônios e herbicidas. “O principal problema que encontramos é o ácaro branco”, diz o professor. Em relação às doenças, não foi detectada nenhuma que afete economicamente o cultivo. Para ele, o pinhão-manso é uma espécie de muito potencial para o Estado, onde, embora não chova durante praticamente cinco meses do ano, a planta não sofre danos significativos. Ao contrário, há um estímulo de floração logo após o início das chuvas. “Nos experimentos, a cultura demonstrou uma produtividade em torno de 1.000/Kg/ha”.

No Semiárido nordestino, depois de cinco anos de experimentos com pinhão-manso, o pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE), Marcos Drummond, informou que um dos principais gargalos do cultivo está na colheita. Os frutos amadurecem desuniformes, o que prejudica e aumenta o custo da mão-de-obra. “Enquanto não se resolver este problema a cultura fica inviável economicamente. O trabalho de melhoramento genético é fundamental para obter uniformidade na maturação dos frutos. Também é necessário estabelecer modelos de sistemas produção”, reforça Drummond. Nesta região com precipitação de 500 mm é inviável produzir economicamente sem irrigação. Nos experimentos, após repetição de quatro anos, tem-se observado uma produtividade de 4 mil/kg/sementes/ha, onde estão sendo fornecidos 20 litros de água por semana. Nas mesmas condições, mas sem irrigação, a produtividade não chega a 300/kg/sementes/ha. “Esses dados mostram que o pinhão-manso tem potencial. Só precisamos ajustar a cultura às condições ambientais”, comprova Drummond. Comparada as outras espécies, o pinhão-manso apresenta menor demanda de água, porém necessita de um suprimento regular ao longo do ano.

A reunião foi importante para avaliar o andamento das ações de pesquisa, bem como definir estratégias para assegurar o cumprimento de todas as metas previamente estabelecidas. Ao longo dos próximos anos do projeto, serão realizadas outras reuniões com os parceiros, visando avaliar o planejamento e ajustar as atividades de acordo com os resultados atingidos, disse Laviola.