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Mamona não evolui no Ceará


Diário do Nordeste - 24 jun 2011 - 05:47 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:17

Implantado no Ceará em 2007, o programa de produção de biodiesel a partir da mamona ainda não conseguiu alavancar a produção além da registrada na década de 1970. Dados do IBGE revelam que no biênio 2010-11, a área colhida, estimada em 43.889 hectares, será apenas 2% superior aos 43.094 hectares plantados no quinquênio 1970-74.

Apesar do pequeno incremento no espaço semeado, a produção e a produtividade não atingiram os níveis desejados, pois a colheita média da mamona de 24.576 toneladas no quinquênio 1970-74 apresentou uma redução de 76%, para uma média de 5.997 toneladas em 2005-09. No biênio 2010-11, deverá produzir 19.057 toneladas, o que expressa um decréscimo de 22% na produção média no comparativo com a década de 1970.

Segundo o economista Demartone Botelho, isso se explica pela queda na produtividade, que passou de 556 kg/ha em 1970-74 para 385 kg/ ha em 2005-09 e para 394 kg/ ha em 2010-11, um declínio de 31% e 29%, respectivamente, em relação aos últimos 40 anos.

Nos últimos quatro anos, o Governo do Estado aportou R$ 18,9 milhões no Programa de Biodiesel no Ceará. No entanto, o Valor Bruto da Produção (VBP) de mamona para igual período foi de apenas R$ 2,42 milhões, o que significa que, para cada R$ 1 gasto, apenas R$0,13 (treze centavos) foram gerados. Segundo os estudos estatísticos de Botelho, no intervalo 1970-74, a VBP da mamona foi de R$ 67,2 milhões, caiu para R$ 1,54 milhão, entre 2005 e 2009, e deve somar R$ 21 milhões.

Insucesso
Para o economista, "a comprovação do insucesso do programa do biodiesel no Ceará se verifica quando olhamos para a rentabilidade monetária por hectare", que conforme calculou foi de R$1.468,00/ha no período 1970-74, passou para R$ 423,00/ha em 2005-09 e agora estancou em R$ 528,00/ha em 2010-11. "Esse valor só cobre os custos operacionais de produção", avalia.

CARLOS EUGÊNIO