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Encontro em São Luiz, no Maranhão, aborda a cadeia produtiva do babaçu


Embrapa Agroenergia - 20 dez 2010 - 07:07 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15

O estado do Maranhão tem ocorrência natural de 2/3 do babaçu do Brasil, e em conjunto com outros 9 estados, detêm cerca de 14,5 milhões de hectares de babaçuais nativos. O extrativismo tradicional é a principal forma de exploração, e há uma grande oportunidade para a inserção organizada de "espécie vegetal" e "território" no programa de produção de matérias-primas e resíduos de qualidade para a agroenergia do Brasil.

Com estes argumentos e apresentando dados que sustentam estas teses, o Chefe-Geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães alimentou a discussão sobre a importância dos arranjos públicos, privados e mistos em apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação nas cadeias produtivas da Agroenergia, durante I Seminário sobre Arranjos Institucionais para PD&I e TT na Cadeia Produtiva do Babaçu.

O evento, realizado em São Luiz, no Maranhão, no dia 14 de dezembro de 2010, foi uma promoção da Embrapa Cocais (São Luiz/MA) e contou com representantes dos Governos do Maranhão, Piaui e Tocantins, bem como das Universidades, da Federação da Indústria, da Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), da Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI) e de empresários agrícolas e industriais.

Durante o evento foram apresentados dados sobre o balanço de massa do coco de babaçu, que contém, basicamente, o pericarpo, 11%; o mesocarpo, 23%; o endocarpo, 59%; e a amêndoa, 7%. Com essas frações podem ser obtidas muitos produtos, como briquetes, amido, carvão, metanol, alcatrão, óleos e tortas.

Devido à baixa quantidade de óleo na amêndoa, em torno de 80 kg/ha, e à baixa quantidade expressa de ácidos oléico e linoléico, o babaçu não é uma opção significativa para produção de biodiesel. A amêndoa, que apresenta um conteúdo de 3 a 4% de óleos, tem perfil de ácidos graxos diferenciados de outras palmeiras oleíferas. Contendo ácidos graxos de cadeias curtas de carbono, como caprílico, láurico, mirístico e palmítico tem possibilidades de aproveitamento para fabricação de diversos produtos, desde sabões até bioquerosene.

"A proposta em discussão é ampliar as oportunidades do babaçu se constituir em um tema relevante para uma nova política pública destinada ao desenvolvimento local e regional", reforçou Durães. Ordenamento territorial com base em mapeamento de ocorrência de maciços significativos, plano de manejo sustentável e normas legais de exploração de produtos não-madeiráveis, e um programa de domesticação da espécie, são fundamentais para exito do programa. Além disso, a busca de variabilidade genética para um programa de melhoramento do babaçu será essencial na obtenção de cultivares com fins comerciais.

De acordo com o Chefe-Geral da Embrapa Cocais, Valdemício Ferreira, a unidade coordenará uma rede de PD&I com babaçu, produzindo conhecimentos, formando e ampliando novas competências para os estudos e programas, capacitando a assistência técnica e extensão rural, e oferecendo suporte para a estruturação de políticas públicas de interesse regional.

Como resultado do Seminário, estão planejadas reuniões complementares visando aprofundar as iniciativas para os temas, bem como estruturar os Arranjos Produtivos Locais (APLs) com babaçu. As providências estarão concentradas em um documento sobre potenciais de APL-Babaçu, especialmente para subsidiar governo e iniciativa privada do Maranhão, Piauí e Tocantins, ressaltou Valdemício Ferreira. E, ainda foi decidida a criação da Sociedade Brasileira do Babaçu (SOBABAÇU) e a realização do Congresso Brasileiro de Babaçu, em 2012.

Daniela Garcia Collares

Tags: Babaçu