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Assembleia em MG investiga qualidade do biodiesel


Hoje em Dia (MG) - 11 fev 2011 - 09:44 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15

A queda na qualidade do óleo diesel vendido no Estado será debatida na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Motivado pela matéria publicada pelo Hoje em Dia, na última terça-feira, mostrando os prejuízos causados pelo biodiesel aos veículos, o deputado Délio Malheiros (PV) apresentou um requerimento para que o assunto se torne pauta em audiência.

A proposta foi apresentada ontem na Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. A expectativa é que na próxima semana o assunto já seja debatido pela casa. Serão convidados para a reunião representantes da Agência Nacional de Petróleo (ANP), além dos sindicatos que representam as transportadoras e empresários do setor.

O objetivo do deputado ao propor a discussão é ouvir as reclamações dos motoristas que se sentem lesados pela má qualidade do diesel vendido nos postos do Estado e tentar encontrar soluções junto aos fornecedores do produto.

"Quero analisar a real situação da adição de biodiesel no diesel. Informações nos levam a crer que o uso leva a um desgaste maior nos veículos e poluição. Temos que achar uma solução que leve em conta a viabilidade econômica e ambiental", disse o deputado.

A qualidade do combustível caiu em todo o país gradativamente após o início da adição do biodiesel, que ocorreu em 2006. Para se ter uma idéia do impacto, em 2005 o índice de não conformidade medido pela ANP era de 1,9%. Agora, 3,6% do combustível não seguem os critérios definidos pela ANP. Isso significa que, nesse período, o volume de combustível fora dos padrões de qualidade exigidos foi 89% maior. Em Minas Gerais, os índices de qualidade do produto são ainda piores. Em dezembro de 2010, o índice de não conformidade do diesel foi de 9,4%, valor que supera a média nacional. Em 2008, o índice era de 4,9%.

Especialistas acreditam que isso ocorra por causa da maior agilidade de degradação do biocombustível. Esse processo é acelerado quando o combustível é exposto a alguns fatores.

A água acumulada no fundo dos tanques, ou bactérias que se acumulam no local, podem fazer com que o combustível perca suas características. Para os veículos abastecidos com biodiesel, os estragos maiores são no filtro, com impedimento da passagem do combustível. Com isso, o carro perde potência e aumenta a emissão de fumaça.

O Sindicato de Empresas de Transportes de Cargas de Minas Gerais (Setcemg) estima prejuízos para o setor. Isso porque o número de vezes em que os veículos precisam passar por revisões teve que ser aumentado. 

Tatiana Lagoa