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O duelo soja versus micro-algas no biodiesel brasileiro e internacional


José Domingos Fontana - 26 jan 2011 - 08:11 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:15
Introdução
Cabe inicialmente resgatar três posições expressas em “Revista BiodieselBR”, ano 4, nº 20, de dez/2010-jan/2011. De Frederico Durães (EMBRAPA): “Não temos como criar conhecimento, domínio tecnológico e logística semelhantes à da soja em cinco ou dez anos. Não temos como tirar isto da cartola (comparando a soja e micro-algas enquanto fontes oleaginosas)”. De João Norberto Noschang Neto (Petrobras Biocombustíveis) : “Podemos dizer seis anos, para uma perspectiva otimista, e dez, para uma negativa (analisando resultados práticos com algas). Do Prof. Paulo Suarez (IQ-UnB): ”Foi-me impossível conseguir (alguns litros) óleo de microalga para ensaios laboratoriais, salvo uma promessa”. Diferentes dizeres, mesmo e preciso diagnóstico. Aliás, o último autor, em forma concisa mas não menos eloqüente, resgata as 3 maiores vantagens dos biocombustíveis de micro-algas (a alta produtividade, o ciclo curtíssimo de produção e a não competição com os grãos alimentícios), cotejando também os aspectos restritivos da dificuldade de colheita e extração, além do pouco conhecimento da qualidade combustível (alta insaturação e teor elevado de acidez).

O parque fabril biodieselizador brasileiro tem repousado em 78% de óleo de soja para sua notável produção de > 2 bilhões de litros / 2010 (Odacir Klein, UBRABIO – União dos Produtores de Biodiesel, “Dinheiro Rural”, Ed. 75, Ano 7, Jan/2011).  Situação similar tem ocorrido na indústria de biodiesel dos USA por conta da forte articulação do duo ASA – American Soybean Association e NBB – National Biodiesel Board. Tem havido muitos apelos acadêmicos nacionais em prol do dendê e pinhão-manso (defendidos, por ex., pelo especialista em óleoquimica de biocombustíveis, Prof. Donato Aranda, da UFRJ e pelo assessor da Presidência República para Assuntos Estratégicos, Eng. Agr. Décio Gazzoni), mas a 2ª. fonte em volume, segue sendo, ainda que modestamente (< 16%), o sebo bovino, mais à distância seguido por 3% com caroço de algodão”. Logo, há muito espaço para o duelo (futuro) entre a soja e as micro-algas e as vertentes de consideração são bastante variadas. O tema é candente, a discussão progressiva em bases científicas se impõe e esta é a intenção desta revisão, então inevitavelmente longa e permeada de considerações de cunho argumentativo.

Este artigo continua e para visualizar ele completo clique aqui (.pdf 1mb)

Por José Domingos Fontana
Professor emérito da UFPR (2005),
pesquisador DTEI do CNPq e 11º Prêmio
Paranaense em C&T (1996).
[email protected]