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Biodiesel

Guedes: Brasil quer transformar etanol em commodity


Agência Estado - 29 nov 2006 - 23:01 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, reafirmou hoje o interesse do Brasil em transformar o etanol em uma commodity. Essa transformação, segundo ele, depende do interesse de outros países em produzir álcool. Ao encerrar a Conferência Internacional de Biocombustíveis, o ministro disse que o desenvolvimento deste mercado depende da oferta contínua do produto, de preços previsíveis, de suprimento no longo prazo e de padrões e normas internacionais. Sobre o último item, o ministro disse que o Brasil está discutindo o tema com técnicos norte-americanos. Os Estados Unidos também produzem etanol, mas, ao contrário do Brasil, a produção é feita à base de milho.

Durante a sua palestra, o ministro fez um balanço do Proálcool e apresentou um estudo elaborado por um professor da Nova Zelândia que indicou que, em 2050, os principais problemas da humanidade serão energia, água, alimentos e meio ambiente. A população mundial vai passar dos atuais 6,3 bilhões para 10 bilhões em 2050.

Guedes Pinto reafirmou que 44% da matriz energética brasileira é formada por fontes renováveis e que 40% dos veículos leves são movidos a álcool ou biodiesel. Ao defender os biocombustíveis, ele disse que esta matriz energética traz ganhos ambientais, é renovável, gera renda e reduz a dependência do Brasil ao petróleo.

Ele disse ainda que as 20 montadoras de veículos instaladas no Brasil produzem carro flex fuel e que a frota de carros biocombustíveis soma 2,5 milhões de veículos. No mês de outubro, foram comercializados 135 mil veículos bicombustível. "Oitenta por cento dos carros vendidos funcionam com álcool ou gasolina", disse o ministro ao ressaltar a importância desse setor.

Segundo o ministro, o Brasil pode, num prazo de dez a quinze anos, dobrar a produção de álcool por hectare. Hoje, seis milhões de hectares são destinados à cana-de-açúcar, sendo que metade desta área é usada na produção de açúcar e a outra metade com álcool. A porção destinada ao álcool resulta na produção de 16 bilhões de litros.

Em sua palestra ele ressaltou que, se os produtores optarem pelo plantio de cana-de-açúcar, ainda assim não haverá desabastecimento de alimentos. "Não há conflitos entre as áreas para produção de energia e de alimentos", disse ele.

O ministro voltou a dizer que o Brasil é um dos países que mais preserva suas florestas originais. "Ninguém derruba as florestas para plantar soja. O objetivo é a retirada da madeira nobre que é exportada e o governo está preocupado com isso", disse Guedes Pinto. Ele informou também que a Embrapa pesquisa 17 tipos de oleaginosas destinadas à produção de energia. Ainda nesta semana, segundo ele, será escolhido o chefe do novo centro de Agroenergia da estatal.