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Biodiesel

Expansão rápida de biocombustíveis pode reduzir margens de lucro


Reuters - 29 nov 2006 - 14:54 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

A produção global de biocombustíveis está se expandindo rapidamente, elevando os preços de grãos para ração e ameaçando a rentabilidade futura do setor, disseram analistas nesta quarta-feira.

"Podemos observar uma mentalidade de corrida pelo ouro em todo o mundo", disse Werner Koerbitz, presidente do Instituto Austríaco de Biocombustíveis, durante um seminário em Londres.

Koerbitz disse haver "muito otimismo" sobre as previsões do setor de biocombustíveis.

Os biocombustíveis podem ser substitutos de combustíveis fósseis e são vistos como uma maneira de reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa.

Nancy DeVore, analista sênior de agronegócio internacional da Bunge, estimou que a produção global de biodiesel está atualmente próxima a cinco milhões de toneladas, mas deveria subir para nove milhões até 2007 e ficar perto de 16 milhões até 2009.

O biodiesel pode ser feito a partir de óleos vegetais.

DeVore disse que a produção de óleos vegetais está atualmente em 122 milhões de toneladas. Ela estimou que a produção precisava subir até 23 milhões de toneladas até 2010 para satisfazer a crescente demanda dos setores alimentício e de combustíveis.

Ela observou que a produção de oleaginosas, como semente de girassol e colza, está atualmente em nível recorde, seguindo o aumento nos preços mundiais.

DeVore disse que na semana passada que os Estados Unidos venderam óleo de soja para a China, algo que não acontecia há algum tempo.

"O mundo já está começando a tirar o óleo dos Estados Unidos", disse ela.

DeVore observou que as margens de lucro para o biodiesel e álcool já estavam caindo na Alemanha e nos Estados Unidos, principalmente devido ao aumento nos custos de grãos para ração. Christopher Brodie, um parceiro em fundos de commodities da Krom River, acrescentou que a rápida expansão da indústria do álcool dos EUA, que usa milho no processo de produção, está derrubando os estoques mundiais de grãos e elevando os preços na bolsa de Chicago (CBOT).

Por Nigel Hunt