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Biodiesel

Projeto de biodiesel do Governo Federal vira carvão


Portal Verdes Campos (Teresina - PI) - 14 mar 2006 - 07:29 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O presidente da FUNAGUAS, Judson Barros denunciou, em visita à Rádio Verdes Campos Sat, que o Projeto do Governo Federal de implantação de fábrica de biodiesel no Piauí, explorado pela empresa carioca Brasil Ecodiesel, em vez de plantar a mamona, estão produzindo carvão.

Segundo Judson, o Núcleo de Produção Comunitária Santa Clara, entre os municípios de Canto do Buriti e Eliseu Martins no PI, era para ser um projeto modelo do Governo Federal.

Lá, informou, o Governo do Estado “deu” 100 mil hectares de terra, com recursos envolvidos, através de financiamentos, na ordem de R$ 80 milhões.

"Grande parte dessa área já está desmatada.  A lenha já está estocada, em aproximadamente 40 mil metros quadrados e a Brasil Ecodiesel, embora eu já tenha telefonado em busca de informações, não deu conhecimento sobre o Projeto Santa Clara, que é para plantar mamona, esteja na realidade produzindo carvão”, disse.

Disse ainda que, no Projeto Santa Clara, já existe toda uma estrutura praticamente montada, inclusive com a construção de oito fornos para a queima de madeira nativa.  “O carvão vegetal é mais atrativo para a empresa porque dá mais dinheiro tanto no mercado nacional quanto no internacional, com aplicação nas indústrias de siderurgia.  Acredito que este seja um projeto clandestino”.

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Projeto Mamona é uma farsa


Judson Barros denunciou que o projeto Mamomas é uma farsa.  O projeto dos governos estadual e federal visa um combustível alternativo, para resolver o problema do pretróleo no país.  Mas, de acordo com Judson, as famílias, cerca de 750, que foram contratadas para plantar a mamona estão vivendo em ritmo de escravidão.

“O governo paga uma bolsa de R$ 150,00 para cada família, devolver o dinheiro em produção, mas, o dinheiro não está dando para elas se manterem e nem produzirem como eles desejam.  Essa renda também não garante vínculo empregatício, por isso não possuem direito trabalhistas”, explica o presidente da Funáguas.

Ele denuncia também que cerca de 100 mil hectares já foram desmatados para plantação da mamona, porém, apenas três mil foram plantadas pelas famílias.
Tags: Santa clara