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Biodiesel

Executivo da Bunge critica política governamental de biodiesel


Agência UDOP de Notícias - 16 mar 2006 - 06:28 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O executivo da Bunge, uma das principais empresas de agribusiness e alimentos do país, com representação em toda a cadeia produtiva, Federico Kladt, gerente de novos processos e biocombustíveis do grupo, no Brasil, criticou hoje a política governamental do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no que se refere ao programa de biodiesel. “O programa não deve contemplar apenas a inclusão social, mas fomentar toda a cadeia, criando apenas um ‘plus’, um prêmio, para quem se adequar às regras sociais”, destacou.

Segundo o executivo, a intenção do grupo é aproveitar o IV Fórum Brasil-Alemanha sobre Biodiesel, que acontece até amanhã (16 de março) na Feicana/FeiBio 2006, em Araçatuba, para propor ao governo que mude as regras. “Nossa idéia é propor regras gerais para todos, independente de ser ou não agricultura familiar, todos receberiam o mesmo tipo de incentivo, agora, quem utilizar em sua cadeia produtiva a agricultura familiar, receberia um prêmio”, explica.

Indagado sobre a possibilidade da medida proposta ser contrária a aclamação mundial pela inclusão social, Kladt explicou que a Bunge não é contrária a inclusão social, “achamos essa idéia extremamente importante, mas temos que separar inclusão social de economia de mercado, se quisermos que o biodiesel cresça no Brasil, as regras devem ser iguais para todos, assim, ao invés de penalizar a grande indústria, o governo estaria premiando o agricultor”.

As indagações do executivo da Bunge, todavia, mesmo que acatadas, não garantem que o grupo invista em biodiesel no Brasil, como faz há 15 anos na Europa, sendo produtor de mais de 1,5 bilhão de litros do biocombustível por ano. “Por enquanto não nos interessamos por este mercado, o que não descarta projetos futuros, mas da forma como as regras estão, dificilmente as grandes multinacionais vão investir na produção de biodiesel no País”, explicou Kladt.

Mesmo afirmando que o interesse no mercado nacional é descartado, atualmente, pela Bunge, o executivo declarou que a empresa poderia absorver até 30% do mercado, que será aberto com a entrada em vigor, em 2008, da obrigatoriedade de mistura de 2% de biodiesel no diesel consumido no Brasil.

Rogério Mian