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Biodiesel

Alesat investirá R$ 130 milhões em biodiesel


Valor Online - 29 nov 2006 - 07:58 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

Sexta maior distribuidora de combustíveis do país e pioneira na venda de biodiesel, a empresa AleSat investirá R$ 130 milhões na construção de uma esmagadora de matérias-primas oleaginosas e uma usina de biodiesel no Centro-Oeste. O complexo terá capacidade instalada para processar 100 mil toneladas de soja e de pinhão-manso por ano e produzir até 114 milhões de litros do combustível.

O impulso para a decisão de investir mais no biodiesel veio justamente dos surpreendentes resultados obtidos pela AleSat com o marketing do combustível. A estratégia alavancou o aumento das vendas de todos os combustíveis da rede, que detém 1,1 mil postos espalhados por 20 Estados. "O consumidor passou a ligar nossa marca com a energia limpa e renovável. Com isso, as vendas de gasolina, diesel e gás natural aumentaram 6,5% neste ano", afirmou o presidente da AleSat, Sergio Cavalieri, ao Valor durante a Conferência Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis (Enerbio).

Ainda não está decidido o local onde será erguida a nova planta. Disputam a preferência alguns municípios de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A princípio, a usina processará também gordura animal para gerar biodiesel. O projeto já foi enquadrado nos moldes de financiamento exigidos pelo BNDES, mas ainda aguarda a aprovação da diretoria. "Acreditamos muito nesse segmento. Sempre fomos pioneiros e agora seremos novamente", disse Cavalieri.

Turbinada pelo marketing do biodiesel, a empresa planeja ampliar sua rede para 1,8 mil postos até 2010, aumentando dos atuais 3,7% para 5% a fatia no mercado de combustíveis. Cavalieri prevê elevar o faturamento anual de R$ 4,3 bilhões para R$ 8 bilhões. Na mesma trilha de potencialização da boa imagem do biodiesel, a Soyminas fechou a exportação das primeiras amostras de seu produto ao Japão. O negócio é um embrião para futuros contratos com um dos mercados mais exigentes do mundo. Os japoneses buscam produto cujo processo não inclua os hidrocarbonetos.

A Soyminas mantém uma usina que extrai biodiesel por meio de resíduos de álcool etílico, obtido a partir de farelo de origem vegetal. "O governo do Japão já avisou que só vai importar produto sem hidrocarbonetos. Se tiver, será sobretaxado", disse o presidente da Soyminas, Artur Alves. Segundo ele, a União Européia também adotará em breve o mesmo rigor.

A tática da empresa é colar sua imagem ao marketing da cadeia do biodiesel, com ênfase à agricultura orgânica, ao reflorestamento e à recuperação de áreas degradadas. "Distribuímos 4 milhões de mudas de pinhão-manso para pequenos agricultores. E não produzimos uma gota de biodiesel sem a análise meticulosa de alta qualidade", afirmou Alves.

As usinas da AleSat e da Soyminas são parte de um setor em pleno florescimento. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biodiesel (Abiodiesel), Nivaldo Trama, informou que existem oito plantas industriais autorizadas a utilizar o chamado selo social do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Outras 15 empresas aguardam a conclusão dos processos. E ainda existem outros 35 projetos em análise no setor. "Há um potencial disponível de 2 bilhões de litros nessas usinas", disse.