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Negócio

Petróleo sobe até 2% após forte queda dos estoques nos EUA


Valor Econômico - 19 jan 2024 - 09:53

O petróleo fechou em alta forte nesta quinta-feira (18) e pôs fim às negociações mornas que marcaram o início da semana no mercado futuro. O catalisador para o movimento foi o recuo maior do que o esperado dos estoques de petróleo cru dos Estados Unidos na semana passada, conforme mostrou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para março subiu 2,03%, a US$ 73,95. Já o barril do Brent, a referência global, para o mesmo mês teve alta de 1,57%, a US$ 79,10.

De acordo com o DoE, os estoques americanos de petróleo cru recuaram 2,492 milhões de barris na semana encerrada na última sexta (12). O mercado esperava queda menor, de 900 mil barris.

Segundo Dennis Kissler, vice-presidente sênior da BOK Financial, o resultado surpreendeu parte do mercado, já que o American Petroleum Institute (API) havia registrado um aumento nos estoques de petróleo ontem, em sua prévia dos dados do DoE. De acordo com a entidade, o recuo dos estoques em Cushing, centro de distribuição no Estado de Oklahoma, também apoiou os preços hoje.

Os estoques americanos de produtos derivados, como gasolina e destilados, subiram na semana passada a um ritmo mais forte do que os analistas projetavam. Em geral, isso indica que há pouca demanda interna. Mas, segundo Kissler, essa alta é esperada para o início do ano e “não é muito negativa para o mercado”.

Os investidores deixaram em segundo plano um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) que projetou uma desaceleração da demanda global por petróleo em 2024. Segundo a entidade, a demanda crescerá em 1,2 milhão de barris por dia (bpd) neste ano, ante 2,3 milhões de bpd no ano passado.

Para Craig Erlam, analista sênior de mercados da Oanda, o petróleo passa por um momento de consolidação na casa de US$ 75 a US$ 80 (no caso do Brent). “Há vários riscos de alta e de baixa para os preços, sendo que os riscos de alta são muito proeminentes, no momento, com os acontecimentos no Oriente Médio. No entanto, há poucos sinais de uma mudança significativa nos preços em qualquer direção. Isso acabará acontecendo, mas pode haver mais consolidação no curto prazo, a menos que haja um catalisador significativo”, diz ele.

Gabriel Caldeira - Valor Econômico