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Negócio

Petróleo oscilará pouco até o fim do ano, dizem analistas


Valor Econômico - 02 jun 2023 - 11:00 - Última atualização em: 07 jun 2023 - 09:16

Ainda sob os efeitos da guerra na Ucrânia, o petróleo tipo Brent caiu 30,87% em maio na comparação anual, fechando o mês aos US$ 72,60 por barril, segundo cálculos do Valor Data. Para especialistas, a perspectiva é de que a commodity se mantenha com pouca volatilidade até o encerramento do primeiro semestre e também no fechamento do ano. No mercado doméstico, a novidade no mês passado foi a divulgação da nova política de preços da Petrobras, ainda cercada de incertezas.

Após a queda de 9% do Brent em maio em relação a abril, junho não deve trazer tantas surpresas, dizem analistas do setor. A commodity ainda se recupera das instabilidades do período da pandemia e das restrições de oferta na Europa como resultado da guerra da Rússia na Ucrânia. Com a previsão de relativa estabilidade nos preços, as atenções se voltam para fatores que podem mudar esse cenário a partir deste mês, como os possíveis novos cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+). No Brasil, as cotações dos combustíveis devem ser afetadas pelas mudanças na cobrança de tributos.

Em maio, o petróleo foi influenciado pela desaceleração das economias americana e chinesa, com temor de que os Estados Unidos entrem em recessão e as expectativas de alta de juros. Especialistas dizem que o corte de produção anunciado em abril pela Opep+ entrou em vigor somente no mês seguinte.

Analistas ouvidos pelo Valor acreditam que o petróleo tipo Brent, referência de mercado, deve ficar entre US$ 70 e US$ 81 por barril em junho. O mês começa com a reunião do cartel de produtores e exportadores no domingo (4), mas a expectativa é que não haja novos cortes de oferta por enquanto, uma vez que os efeitos da última redução ainda estão sendo acompanhados. “Em maio tivemos algumas oscilações, com dados macroeconômicos nos Estados Unidos, o medo de que o Federal Reserve eleve taxas de juros e o receio sobre a instabilidade dos bancos americanos”, explica Julia Passabom, economista do Itaú Unibanco. “O corte da Opep+ ajudou a elevar os preços, mas os fundamentos mais pessimistas sobre a situação macro global impedem altas maiores.”

Kariny Leal e Fábio Couto – Valor Econômico