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Negócio

Petróleo fecha em queda com mercado cauteloso com Fed e China


Valor Econômico - 22 ago 2023 - 08:59

Os contratos futuros do petróleo reverteram os ganhos do começo da sessão e terminaram o dia em baixa, pressionados pela preocupação dos investidores sobre a política monetária nos EUA e as dificuldades enfrentadas pela economia da China. Os dois países são os maiores compradores globais da commodity.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para outubro fechou em baixa de 0,67%, a US$ 80,12. Já o barril do Brent - referência global - para o mesmo mês cedeu 0,40%, a US$ 84,46.

A perda de força do petróleo coincidiu com um salto nos juros de mercado globais, em especial nos EUA, onde o rendimento dos títulos do Tesouro atrelados à inflação (TIPS) de 10 anos ultrapassaram 2% pela primeira vez desde 2009.

Para Edward Moya, analista-sênior de mercados da Oanda, a principal ameaça ao preço do petróleo é um potencial fortalecimento do dólar nesta semana por conta do Simpósio de Jackson Hole do Federal Reserve (Fed). O presidente do BC americano, Jerome Powell, fará seu tradicional discurso no evento às 11h05 (de Brasília) de sexta-feira, 25.

Moya também cita uma perspectiva de demanda global que tem deteriorado por conta da situação econômica na China, que enfrenta dificuldade para impulsionar o crescimento e terá de lidar com uma piora da crise no setor imobiliário.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) cortou os juros referenciais, as chamadas Loan Prime Rates (LPRs), de um ano em 10 pontos-base, a 3,45%. A decisão foi mais tímida que o esperado, especialmente considerando a manutenção da LPR de cinco anos em 4,2%.

“Por si só, a última rodada de cortes é muito pequena para ter um grande impacto. Ela apenas reverte parcialmente o aumento recente dos juros reais por conta da inflação mais baixa”, diz Julian Evans-Pritchard, chefe do setor de China da Capital Economics.

Para ele, o PBoC tende a usar as mudanças na política monetária como uma sinalização de novos estímulos, e portanto ajustes nas taxas de compulsório e empréstimos bancários devem seguir o corte da LPR de um ano.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico