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Negócio

Petróleo fecha em forte alta com temores sobre a oferta


Valor Econômico - 30 ago 2022 - 11:09

Os contratos futuros do petróleo fecharam em forte alta nesta segunda-feira (29), avançando a novas máximas de um mês, recebendo suporte dos temores relacionados a novas restrições à oferta da commodity.

O contrato do petróleo Brent, a referência global, para outubro fechou em alta de 4,05%, a US$ 105,09 por barril, enquanto o do WTI americano para o mesmo mês subiu 4,24%, a US$ 97,01 por barril. Ambas as referências operaram em alta desde o começo do dia, mas ampliaram os ganhos depois que o dólar apagou os ganhos vistos durante a manhã. O índice dólar DXY opera em leve alta de 0,01%, a 108,814 pontos.

Os preços do petróleo estão sendo prejudicados por uma combinação de riscos à oferta, incluindo a possibilidade de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) definam novos cortes de produção.

Autoridades sauditas vêm sugerindo que o cartel pode cortar novamente a produção para compensar uma esperada queda na demanda, conforme algumas das principais economias globais começam a desacelerar. Na quinta-feira passada, o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, disse que apoia a sugestão da Arábia Saudita de cortar a produção de petróleo para equilibrar oferta e demanda.

Além disso, "o petróleo subiu com os riscos crescentes de uma guerra civil na Líbia, que poderia colocar a produção do país em risco", diz Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda, em nota. A Líbia coloca no mercado 1,2 milhão de barris diários que podem ser afetados em caso de guerra.

Os investidores seguem atentos também às perspectivas para o acordo nuclear entre o Irã, os EUA e a Europa, que poderia liberar a entrada de petróleo iraniano nos mercados internacionais da commodity, aumentando a oferta global em 1 milhão de barris diários ou mais e pressionando os preços. Na quarta-feira da semana passada, os preços saltaram após relatos da agência de notícias Al-Arabiya de que os EUA teriam rejeitado todas as condições adicionais exigidas pelo Irã durante as negociações do acordo nuclear.

André Mizutani e Daniel Gateno – Valor Econômico