Petróleo fecha em alta de mais de 1% após PIB forte dos EUA

O petróleo avançou em ritmo firme nesta quinta-feira, apoiado por indicadores de atividade fortes nos EUA, com destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que subiu 2,4% e superou as expectativas de analistas. O bom desempenho da economia americana dá força à perspectiva para a demanda pela commodity energética.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para setembro fechou em alta de 1,66%, a US$ 80,09. Esta foi a primeira sessão em que o WTI termina acima de US$ 80 desde 18 de abril. Já o barril do Brent - referência global - para outubro subiu 1,49%, a US$ 83,79.

"Alguns dados econômicos muito positivos ajudaram o sentimento", diz Louis Navellier, da empresa de gestão de recursos Navellier & Associates. Além do PIB, "os pedidos por seguro-desemprego continuam caindo e os pedidos de bens duráveis vieram fortes”, destaca ele.

Com os dados divulgados hoje, a economia dos EUA deu mais um passo em direção ao pouso suave, que parecia improvável dado o agressivo aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e a expectativa de desaceleração global em 2023. Segundo James Knightley, economista-chefe internacional do ING, os últimos indicadores têm apontado para um cenário de “inflação não muito alta e crescimento não tão fraco” nos EUA.

No entanto, ele ainda não descarta uma recessão do país por conta do efeito cumulativo das altas de juros do Fed, e ressalta que os indicadores antecedentes sugerem riscos de baixa na atividade americana. “Assim, continuamos a acreditar que, ainda que o Fed mantenha a porta aberta para mais altas, há menos urgência para tal e o aumento de ontem para o nível de 5,25% a 5,5% marcará o pico dos juros nos EUA”, completa o analista do ING.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico