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Negócio

Petróleo fecha em alta com receio por boicote à Rússia e com suspensão de produção na Líbia


Valor Econômico - 19 abr 2022 - 09:29

Os contratos futuros do petróleo terminaram a sessão desta segunda-feira (18) subindo mais de 1% com a notícia de que a produção de um dos campos de petróleo da Líbia foi interrompida no domingo e também com o temor de que sanções ao comércio de petróleo da Rússia impactem a oferta da commodity.

Ao fim da sessão, os preços dos contratos para junho do Brent, a referência global, terminaram o dia em alta de 1,30%, a US$ 113,16 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos para maio do WTI, a referência americana, subiram 1,18%, a US$ 108,21 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

A Corporação Nacional de Petróleo da Líbia (Noc) anunciou no domingo que interrompeu a produção de petróleo no campo de al-Feel depois que a instalação foi tomada por rebeldes contra o governo. O evento marca a segunda interrupção das operações no campo de petróleo líbio em questão de semanas, depois de um ataque com mísseis à instalação. Além da unidade de produção de petróleo, os rebeldes tomaram também o porto líbio de Zuteina, usado para a exportação da commodity.

A interrupção alimenta os temores sobre a oferta global da commodity, que já vêm sendo impulsionados pela expectativa de que a União Europeia (UE) está se movendo em direção a algum tipo de proibição às importações de petróleo russo após a escalada das tensões da guerra na Ucrânia durante o fim de semana, com as tropas russas dando um ultimato para a tomada da cidade portuária de Mariupol.

Ao mesmo tempo, os investidores analisam os dados econômicos da China, que mostraram que a segunda maior economia do mundo desacelerou acentuadamente em março devido à onda de coronavírus e bloqueios no país. Também há a expectativa por uma rodada otimista dos balanços de gigantes do petróleo nos EUA.

“Com tanta volatilidade nos preços intradiários do petróleo e reações extremas aos principais riscos, os níveis técnicos tornaram-se bastante irrelevantes. No geral, portanto, continuo esperando que o Brent permaneça na faixa instável de US$ 100 a US$ 120 o barril, enquanto o WTI na faixa de US$ 95 a US$ 115”, escreveu Jeffrey Halley, analista sênior da Oanda.

Arthur Cagliari, André Mizutani e Olívia Bulla – Valor Econômico