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Negócio

Petróleo fecha acima de US$ 90 pela 1ª vez em 2023


Valor Investe - 06 set 2023 - 09:00

O petróleo fechou em forte alta nesta terça-feira, estendendo o rali recente que levou a commodity à casa de US$ 90 pela primeira vez desde novembro de 2022. O movimento de hoje foi impulsionado pelo anúncio de extensão dos cortes de oferta adotados por Arábia Saudita e Rússia até o fim do ano.

O petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para outubro fechou em alta de 0,88%, a US$ 86,69 por barril. Já o barril do Brent - referência global - para novembro subiu 1,17%, a US$ 90,04.

Arábia Saudita e Rússia estenderam o período dos seus cortes de oferta de 1 milhão de barris por dia (bpd) e 300 mil bpd, respectivamente, para até o fim do ano, medida que tende a apertar mais o mercado de petróleo e apoiar os preços. Os sauditas atuam como as principais lideranças da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), enquanto a Rússia é a principal nação aliada do cartel (e parte da sigla Opep+).

“Prevemos agora que a demanda global por combustíveis líquidos ultrapassará a oferta em cerca de 2,7 milhões de bpd no próximo trimestre deste ano”, projeta Jorge Leon, vice-presidente sênior da Rystad Energy. Segundo ele, é o último trimestre de 2023 que gera dúvida, já que ele pode marcar um enfraquecimento da demanda global, em especial da China. Nesse caso, a Opep+ pode estar apenas tomando uma medida preventiva com a decisão divulgada hoje.

“O sentimento macroeconómico chinês é um potencial risco descendente, mas os nossos mais recentes indicadores de mobilidade não mostram uma desaceleração iminente que possa justificar tal medida por parte da Arábia Saudita”, diz Leon em comentário enviado a clientes.

Já em relação às nações desenvolvidas do ocidente, o analista afirma que o impacto dos preços mais altos de petróleo é incerto, mas tende a dificultar o trabalho de bancos centrais em reduzir a inflação.

“Os líderes ocidentais, receosos de um aumento do preço do petróleo, poderiam explorar ajustes nas importações ou iniciar discussões diplomáticas para ajudar a mitigar o impacto e controlar a inflação”, estima Leon.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico