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Negócio

Petróleo cai 4% em meio a preocupações com demanda global


Valor Econômico - 13 jun 2023 - 08:58

O petróleo fechou em forte baixa e atingiu os menores níveis desde março, quando o mercado sofreu com um forte movimento de venda diante dos temores pela crise bancária nos EUA. Hoje, investidores reagiram aos sinais de enfraquecimento da demanda global e oferta acima do esperado de algumas nações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

O barril do petróleo WTI – referência americana – com entrega prevista para agosto fechou em queda de 4,32%, a US$ 67,29. Já o do Brent – referência global – para o mesmo mês cedeu 3,94%, a US$ 71,84.

"Os fundamentos parecem fracos. Espera-se que o Fed 'pause' sua série de aumentos de juros [na decisão desta semana], mas o mercado teme uma sinalização pós-reunião que implique que eles estão preparados para subir novamente em julho. Outra alta seria um evento destruidor para a demanda, e pode levar a economia [dos EUA] à recessão”, destaca Bob Yawger, analista do banco Mizuho.

“A falha da demanda chinesa em se materializar também está pesando sobre os preços”, completa.

Além da preocupação com a demanda, algo que permeia o mercado do petróleo há alguns meses, há o temor de que algumas nações da Opep+ não cumpram com as cotas estipuladas pelo cartel e joguem mais petróleo no mercado global.

Entre elas, Rússia e Irã têm produzido mais que o esperado e jogado os preços para baixo, de acordo com relatório do Goldman Sachs publicado ontem. O banco revisou em baixa suas projeções para o preço do Brent, e agora espera que o barril termine o ano a US$ 86, de US$ 95 na projeção anterior.

“Os preços do petróleo caíram US$ 10 por barril nos últimos dois meses, apesar do anúncio na semana passada de que a Arábia Saudita cortará mais sua produção extra, em medida que pode ser prorrogada”, destaca o relatório.

Movido por uma queda na oferta dos EUA, maior demanda de emergentes e cortes de produção da Opep+, o Goldman Sachs espera que o petróleo se recupere em 2024 e chegue em maio do ano que vem a US$ 93. Antes, o banco previa barril a US$ 100 neste período.

Gabriel Caldeira – Valor Econômico