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Negócio

Petrobras pode voltar aos biocombustíveis no longo prazo, diz Parente


Globo Rural e Agência Estado - 28 jun 2017 - 14:19

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse, nesta terça-feira (27), que há espaço para um crescimento significativo da participação dos biocombustíveis na matriz de combustíveis do Brasil. E sinalizou que a empresa pode voltar a atuar no segmento no médio e longo prazo.

“As condições para o crescimento do setor estão dadas”, disse o presidente da Petrobras, em conversa com jornalistas durante o Ethanol Summit, em São Paulo (SP).

Parente apresentou projeções que, mesmo em cenários mais pessimistas, apontam para um aumento significativo da presença do etanol na matriz de ciclo Otto (motor a explosão) no Brasil. Em 2040, essa proporção pode variar de 40% a 61% do total.

Ele disse, no entanto, que uma decisão sobre o retorno da Petrobras ao ramo de biocombustíveis não deverá ser tomada antes de cinco anos. É o prazo para a empresa cumprir seu plano estratégico baseado, entre outras diretrizes, na redução do nível de endividamento e na produção concentrada em petróleo e gás.

“Para os próximos cinco anos, nossa definição é muito clara. Nós estaremos fora de tudo o que não é petróleo e gás. Agora, não podemos ficar parados em termo de continuar aprofundando o desenvolvimento e avaliação de novas tecnologias. Após esses cinco anos, a empresa decidirá o que fazer”, disse. “Buscaremos retomar atuação em renováveis no longo prazo”

Em seu pronunciamento no Ethanol Summit, que durou cerca de 15 minutos, Pedro Parente destacou que um dos principais desafios para a empresa no futuro é saber qual é a fonte que substituirá o combustível fóssil no futuro. “O cenário é desafiador para a indústria de óleo e gás”, disse acrescentando que a Petrobras trabalha com cenários ontem o pico na demanda mundial de petróleo deverá acontecer em algum momento entra 2030 e 2040.

RenovaBio e Cide

Sobre o RenovaBio, programa de incentivo aos biocombustíveis no Brasil, Pedro Parente, fez uma avaliação positiva. Ressaltou, no entanto, que é importante haver metas realistas. E acrescentou que deve ser compatibilizado com o Combustível Brasil, iniciativa do Ministério de Minas e Energia voltada para o refino e distribuição de combustíveis.

“As duas iniciativas são perfeitamente compatibilizáveis”, disse cobrando coordenação entre as equipes do MME responsáveis pelos dos programas. “O pior que pode acontecer é o uso de metas irrealistas para o setor privado. Esse setor já está muito machucado com promessas passadas que não foram cumpridas, já investiu muito e olha o que aconteceu”, ponderou Parente, que já presidiu o Conselho da Unica.

O presidente da Petrobras também falou sobre uma eventual utilização de mecanismos de compensação ou reconhecimento dos diferenciais ambientais do etanol, reivindicação recorrente da indústria do setor. O presidente da Petrobras disse acreditar que há vários caminhos para que isso seja feito.

Questionado sobre o uso da Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide) como ferramenta para se estabelecer essa diferenciação, ele disse que “há outros caminhos”. “Achamos que este um estudo que vale a pena prosseguir. Há outros caminhos, mas se o governo entender que é esse o caminho, está correto”, disse ele.

Adaptação BiodieselBR.com
Com informações Globo Rural e Agência Estado