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Negócio

Incêndio em refinaria nos EUA preocupa Brasil


Reprodução - CNN - 31 ago 2023 - 08:41

A terceira maior refinaria dos Estados Unidos, da Marathon Petroleum, sofreu incêndio na sexta-feira (25) em tanque de armazenamento de nafta na unidade de Garyville, no Estado da Luisiana, e ainda opera em capacidade reduzida. Procurada, a empresa afirmou que trabalha em um plano para retomar a operação normal, com foco na segurança. “A principal prioridade segue na segurança dos funcionários in loco, na vizinhança e nos impactos ambientais”, disse a Marathon em nota.

O incêndio gerou alertas no Brasil, já que grande parte dos subprodutos do petróleo importados vem dos Estados Unidos. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse no sábado (26) que foi informado por negociadores da Marathon de que as vendas a partir do terminal de Garyville estavam suspensas temporariamente.

“O impacto no suprimento regional e nas exportações de derivados é incerto e dependente dos danos causados no seu parque de tancagem e na capacidade da refinaria em manter sua taxa de processamento em patamares elevados”, disse o presidente da estatal em seu perfil do Twitter. Segundo Prates, a companhia continua monitorando a situação operacional para observar se os efeitos serão transitórios ou duradouros.

Procurada, a Petrobras informou que não tem nenhuma carga programada para carregamento na refinaria de Garyville. “A Petrobras segue monitorando os desdobramentos no mercado global de combustível”, disse a estatal.

Garyville, localizada às margens do rio Mississípi, entre Nova Orleans e Baton Rouge, tem capacidade de processamento de 596 mil barris de petróleo bruto por dia. A refinaria produz cerca de 265 mil barris por dia de gasolina, o que corresponde a cerca de 3% do consumo dos Estados Unidos, conforme informado pelo presidente da Petrobras. A refinaria também produz cerca de 230 mil barris por dia de diesel, aproximadamente 5% do consumo de diesel do país.

Ainda não é possível saber o impacto prático que haverá no fornecimento de derivados, mas especialistas observam os desdobramentos do incêndio. Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, diz que o evento acende o “alerta amarelo” no setor, já que a indústria de petróleo não trabalha com excedentes de produção atualmente: “Ainda é cedo para tirar conclusões, mas a indústria do petróleo agora está apertada. O incêndio aperta ainda mais as condições desse mercado. Mas a refinaria não parou completamente, tem um contingente operacional. Também não houve um forte impacto nos preços do petróleo. Ainda precisamos ver como os impactos vão ser contornados.”

Arbetman afirma que, “por se tratar de uma grande refinaria, é importante acompanhar se vai haver algum tipo de escassez que pressione os preços mais adiante, talvez nas entregas de setembro”.

A Marathon informou que monitoramentos independentes da qualidade do ar na região mostraram que não houve impacto ambiental. Quanto aos danos humanos, alguns socorristas relataram lesões leves relacionadas ao calor.

Kariny Leal – Valor Econômico