EPE prevê redução no nível de dependência do diesel importado
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta que o mau desempenho da economia fará a dependência do Brasil em relação ao diesel importado avançará de forma menos acelerada do que se esperava. A informação foi adiantada ontem (13), o diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Gelson Serva.
Segundo Serva, a próxima edição do Plano Decenal de Energia (PDE) – que vai cobrir o período 2016/2025 – deve registrar uma redução no ritmo de crescimento do consumo de diesel A (não misturado ao biodiesel). O PDE 2015/2024 previa um crescimento de 2,5% ao ano nas vendas do derivado.
Ainda de acordo com a previsão da EPE, mesmo com as revisões das premissas do mercado, o Brasil manteria a dependência de importação do combustível, mas num patamar menor que o estimado. O déficit previsto no mercado de diesel é de 230 mil barris diário em 2024.
Esse novo cenário, influenciado pelo menor crescimento da frota de veículos leves e menor crescimento da economia no longo prazo.
A nova informação traz algum alento depois que a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, ter afirmado que a agência trabalha com projeções de que os níveis de importação para este derivado deem um salto de quatro vezes até 2030.
Gasolina estável
O diretor da EPE também adiantou que a média do consumo de gasolina A (sem a adição de etanol anidro) deverá se manter estável ao longo dos próximos dez anos.
No último planejamento da EPE, havia uma expectativa de crescimento de 1,3% ao ano no consumo do combustível.
“Já vislumbramos uma estabilização da demanda. A nossa expectativa preliminar aponta para uma tendência de que não teríamos mais déficit de gasolina ao final desse período decenal”, disse o diretor, durante evento do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio.
Segundo Serva, um eventual crescimento do consumo de combustível pelos veículos leves seria suprido pelo aumento da produção de etanol, que deve aumentar sua participação na matriz.
De acordo com dados preliminares apresentados hoje pelo diretor, o déficit de gasolina das regiões Nordeste, Norte e Centro¬-Oeste seria suprido pelas refinarias do Sudeste e não demandaria mais importação.
André Ramalho – Valor