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Negócio

Capital Economics prevê queda do preço do petróleo para US$ 50 até o final de 2026


Investing.com - 09 set 2025 - 09:31

A Capital Economics espera que os preços do petróleo caiam significativamente nos próximos dois anos, à medida que a Opep+ avança com seu plano de reverter os cortes voluntários de produção.

A empresa de macroeconomia prevê que o Brent cairá para US$ 60 por barril até o final de 2025 e ainda mais, para US$ 50, até o final de 2026, ambos abaixo das expectativas do consenso de mercado.

"A Opep+ parece cautelosamente otimista quanto à força do mercado petrolífero, mantendo-se comprometida em reverter os cortes voluntários de produção", disse Hamad Hussain, economista de clima e commodities da Capital Economics, em uma nota.

"No entanto, suspeitamos que ficará cada vez mais claro que o mercado de petróleo não pode absorver completamente a oferta adicional aos preços atuais", acrescentou.

Os produtores já concordaram em reverter completamente a primeira parcela de cortes de 2,2 milhões de barris por dia e adicionarão mais 137.000 bpd à oferta em outubro como parte de uma segunda fase.

O Brent está atualmente sendo negociado em torno de US$ 66,5 após se recuperar da queda da semana passada, ajudado pelo tamanho modesto do aumento.

A Opep+ justificou sua decisão com evidências de estoques apertados e preços resilientes, que se mantiveram na faixa de US$ 65-US$ 70 mesmo com o aumento da oferta durante o verão. O cenário de possíveis sanções mais duras às exportações russas também apoiou o sentimento do mercado.

Ainda assim, Hussain argumenta que "as rachaduras no mercado sobre as quais temos alertado ainda estão presentes."

A perspectiva de demanda da China é uma preocupação fundamental. O economista destacou que os estoques de petróleo no país aumentaram cerca de 1,5 milhão de bpd entre março e julho, com obstáculos estruturais como a desaceleração da atividade e a adoção de veículos elétricos limitando o crescimento futuro da demanda.

A demanda sazonal que impulsionou o mercado no terceiro trimestre também deve diminuir.

Para a Arábia Saudita, a mudança para aumentar a produção também pode ser motivada por necessidades fiscais. Hussain destacou que Riade arcou com o peso dos cortes anteriores, o que erodiu suas receitas à medida que os preços enfraqueceram. Bombear mais petróleo poderia compensar parcialmente a perda com preços mais baixos.

Ao mesmo tempo, ele disse que há incerteza sobre a verdadeira extensão da capacidade ociosa em todo o grupo, particularmente na Rússia, onde o subinvestimento pode ter reduzido o potencial de produção.

Olhando para o futuro, Hussain espera que a Opep+ continue aumentando a produção gradualmente, em vez de agressivamente. O grupo já previu vários aumentos adicionais ao longo do restante deste ano.

Embora esses aumentos pressionem os preços para baixo, o economista vê a dinâmica mais ampla do mercado como mais decisiva, prevendo "um grande superávit no quarto trimestre de 2025."

Nesse contexto, a Capital Economics mantém sua perspectiva pessimista. Espera que o Brent recue para US$ 60 até o final do próximo ano e caia ainda mais para a faixa dos US$ 50 até o final de 2026.

Vahid Karaahmetovic – Investing.com