Petrobras quer estar entre maiores produtores de combustível sustentável de aviação e diesel verde
A Petrobras quer estar entre as maiores produtoras mundiais do combustível sustentável de aviação, conhecido como SAF, e diesel verde, o HVO, segundo o gerente executivo de integração de negócios e participações da companhia, Daniel Pedroso.
“Nos enxergamos entre os maiores produtores de HVO e SAF num futuro próximo”, disse durante a Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro, na manhã de hoje.
De acordo com Pedroso, a companhia avalia ter uma unidade de refino dedicada a esses combustíveis, para atender ao mandato internacional e à demanda voluntária por combustíveis de menor emissão de carbono. Há discussões no mercado externo sobre volumes metas de combustíveis de menor emissão de carbono para a aviação internacional.
“Essa é uma unidade de maior porte, que vai demandar maior investimento”, disse.
Ao todo, a Petrobras prevê investir US$ 600 milhões na modernização de ativos de refino até 2027, incluindo os investimentos nessa nova unidade. Segundo o executivo, a empresa divulgará maiores detalhes no Plano de Negócios 2023-2027, que será publicado ao final de novembro.
A respeito do diesel verde, que é produzido a partir do coprocessamento de fontes fósseis com óleos vegetais, Pedroso disse que a companhia já está apta a produzi-lo na Refinaria de Paulínia (Replan).
“Temos um teste comercial em parceria com a Vibra e outras empresas que teve bons resultados. Estamos muito próximos de inaugurar a fase comercial do diesel verde”, afirmou.
Pedroso lembrou, no entanto, que o Brasil ainda precisa avançar na regulação desses novos combustíveis.
A respeito da regulação, o secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Rafael Bastos, afirmou que o programa “Combustível do Futuro” do governo federal está próximo à fase final. O programa discute a transição energética no setor de transporte.
“Buscamos formas inovadoras de incentivo ao uso do SAF, mas sem gerar um peso à população nesse momento de alta de combustíveis no mundo. Existem diversas ideias, ter um mandato [volume mínimo obrigatório] é uma delas”, afirmou.
Gabriela Ruddy – Valor Econômico