PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
Bio

Releilão de biodiesel não inclui todas as usinas


BiodieselBR.com - 15 jun 2011 - 07:17 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:16

Havia algo pelo menos intrigante no Releilão de Biodiesel que a Petrobras abriu ontem e deve se prolongar até a próxima sexta-feira. O releilão foi convocado para repassar às distribuidoras os 700 milhões de litros de biodiesel adquiridos pela Petrobras e pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) no 22º Leilão da ANP que aconteceu nos dias 24 e 25 de maio, acontece que nada menos do que 92,35 milhões de litros de biodiesel parecem ter ficado de fora desse pregão.

Para facilitar a negociação, a Petrobras divide as bases e terminais terrestres de distribuição espalhados pelo território brasileiro em seis áreas geográficas dentro das quais a estatal procura equacionar a oferta e a demanda de biodiesel. As distribuidoras e usinas só podem fechar negócio caso estejam dentro de uma mesma área.

Ontem, BiodieselBR divulgou a lista completa das seis áreas do releilão e das usinas listadas para atendê-los.

O que surpreendeu é que nem todas as usinas de venderam biodiesel no Leilão 22 estão na lista. Comparando a lista oficial publicada pela Petrobras no Regulamento do Releilão com a das usinas vencedoras do Leilão da ANP, ficam faltando nove nomes: Araguassú (MT), Brasil Ecodiesel (RS), Bio Petro (SP), Caibiense (MT), Caramuru de Ipameri (GO), Cooperfeliz (MT), Delta (MS), Fertibom (SP) e Grupal (MT). Somadas, essas usinas venderam 92,35 milhões de litros de biodiesel. Situação já aconteceu em releilões anteriores.

De acordo com o gerente de Comércio de Biodiesel da Petrobras, Sandro Barreto, não há mistério algum. O caso é que nem todo biodiesel adquirido nos leilões da ANP é comercializado através dos releilões, uma parte desse volume é retido pela própria Petrobras que o usa principalmente para atender a demanda das chamadas bases democráticas.

As bases democráticas podem ser acessadas por qualquer distribuidora. Embora não seja incomum que grandes empresas as utilizem, elas existem principalmente para atender aos distribuidores menores que não teriam condições de constituir e manter bases primárias próprias. Há 10 delas no país, 9 operadas pela Transpetro – braço da petroleira que cuida de logística de combustíveis – e a última pela BR Distribuidora.

Mas há também um segundo caso. A Petrobras costuma também reter o biodiesel das usinas que estão participando pela primeira vez dos leilões. Segundo Barreto, a estatal faz isso para poder acompanhar mais de perto como as iniciantes vão se sair com suas entregas. “É uma proteção ao entrante no mercado. A gente acompanha os entrantes e nos leilões seguintes ele vai ser encaminhado para as bases democráticas ou para distribuição”, diz o gerente.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com